quinta-feira, 27 de setembro de 2007

MacCann! MacCann!

Regozijai-vos, ó povo! Venho dar-vos pasto para a má-língua! Esqueçam telenovelas e jogos de futebol! Esqueçam praias, discotecas, amantes, paixonetas, carros, empregos, promoções! Esqueçam todo esse lixo, porque vos vou dar melhor sucata. Depois, não se esqueçam de a pôr no Ecoponto, para lançar no desemprego aquele pessoal que separa o lixo nas fábricas da reciclagem dita ecológica. Perdão, económica!

MacCann! MacCann! Oh, néctar dos deuses! Supremo alimento da alma... Crime, mistério. Estamos a assistir ao maior logro da história dos media, desde a Casa Pia. Só que agora não é pedofilia dos Grandes, dos Senhores do Mundo. É Homicídio! Mataram a criança – não sabemos ainda como – e têm andado a contar-nos histórias da carochinha. Aos poucos, como convém, jornais e televisões vendem o produto MacCann com enorme sucesso. Primeiro, tivemos pena do pobre casal e andámos à procura do infame raptor. Agora, andamos à espera que o infame casal venha de Inglaterra. Para quê? Obviamente, para linchá-lo!

Mais uma vez, a comunicação social – portuguesa e inglesa – cumpre integralmente os seus objectivos: vender produtos consumíveis e descartáveis, para benefício dos seus proprietários e dos detentores do poder. Aos primeiros, oferece-lhes lucro, permitindo-lhes aumentar vendas e angariar clientes para a Publicidade; horas e horas nas têvês, espaço garrafal nos jornais e revistas. Para vender champôs, carros, perfumes, sabonetes, relógios, empréstimos, etc. e tal. Aos segundos, oferece-lhes o prato principal do exercício do poder: alienar as mentes, distraí-las do fundamental. Do facto de que estão no poder para usufruto dos benefícios de estar no poder.

(Publicado originalmente no blog Mentira!, com a data de hoje)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

O Contracorrente mudou de casa


Caros amigos e visitantes de O Anarquista,

É com um grato prazer que vos venho comunicar que o meu site Contracorrente: Alternativas à Globalização Neoliberal mudou de endereço electrónico. Desde 9 de Fevereiro de 2006 que tem estado alojado nas páginas pessoais gratuitas do Sapo - ao qual agradeço o facto de facultar a qualquer pessoa a criação da sua página pessoal, sem ter de pagar por isso - onde nasceu e foi crescendo.

Como anarquista, luto contra o poder e o Estado, numa atitude independente de partidos e/ou quaisquer outros interesses instalados, como não ignoram certamente. No entanto, além de anarquista, procuro também ser realista. Como diz a sabedoria popular, Roma e Pavia não se fizeram num dia... É por esse facto que estou consciente de quão utópico pode ser a construção de uma sociedade de acordo com as ideias do anarquismo. No entanto, pessoalmente acredito que é possível mudar o statu quo, o establishment, ou seja, falando em bom português, o actual estado das coisas. É para isso que aqui estou!

Em suma, o que quero dizer é que tenho editado o Contracorrente dentro desta mesma postura política. Temos que denunciar o capitalismo dominante e alertar as consciências para o facto de que este sistema neoliberal sob o qual vivemos está a minar todos os valores da democracia e a destruir os direitos dos cidadãos. E isto acontece, não só em Portugal, como também em todo o mundo. A globalização que o capitalismo nos tem imposto não serve, pura e simplesmente, as pessoas e a sua busca da felicidade e da realização pessoal.

A mudança de endereço do Contracorrente para o domínio www.contracorrente.info pretende melhorar as funcionalidades do site e, sobretudo, torná-lo independente de quaisquer regras que lhe queiram impor. É por esta razão que vos convido, desde já, a visitá-lo. Dispõe de uma actualização frequente de notícias nacionais, internacionais e culturais que podem - e devem! - ser comentadas, de um espaço para a apresentação de artigos de fundo, de sondagens sobre temas da actualidade, etc. Também tem um novo fórum, para o debate livre de ideias, e que está lá alojado. Em suma, passem por lá e deixem o vosso contributo. Para a construção de um mundo livre!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

O infame tratado

Depois de o poder ter estado de férias, nos destinos exóticos que os seus patrocinadores empresariais lhes oferecem de mão beijada, ei-los de regresso, bronzeados e refrescados para nos impingir as suas típicas golpaças. Sempre a favor do povo, como gostam de dizer, aldrabando descaradamente.

Uma das golpaças que o Sócrates tem em mãos, desde o início do ano, desde que foi feito presidente da União Europeia - que tanto adora e reverencia - é impingir nas costas do povo o célebre "tratado reformador". Já no final do ano passado, a Angela Merkel, chanceler da toda-poderosa Alemanha, tinha cozinhado este tratado com todos os Estados membros da UE, com a ideia fixa de que fosse aprovado nas altas instâncias, sem consulta popular. Claro que, não só ela, como os outros governantes europeus, sabiam que submeter este tratado a referendo popular seria o fiasco total. Ninguém o aceitaria, pura e simplesmente. Aproveito para sugerir que manifestem a vossa opinião na sondagem que lancei no Contracorrente sobre esta questão.

Preparemo-nos, pois, para esta nova ofensiva socrática, exigindo um referendo a este texto infame. Embora o poder esteja convencido do contrário, aqui quem manda é o povo. É preciso é mobilizar-nos, despertarmos do marasmo em que a propaganda socialista se tem empenhado em manter-nos. Como diz a canção, "ir para a rua e gritar"!