segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A crise do capitalismo

O capitalismo neoliberal já começou a apresentar brechas internas muito profundas, com esta recente crise global do sistema financeiro. No início, os governos tentaram minimizar a situação, mas cedo se deram conta de que o descalabro iria avançar muito depressa. Há que ter em conta que o sistema político e todas as mordomias a ele associado depende visceralmente do sistema económico. Por muito que os neoliberais economicistas defendam a teoria de que o Estado não deve - de forma nenhuma! - intervir no natural funcionamento de economia, viu-se agora quão errado eles estavam. Em desespero, os governos neoliberais começaram a interferir na esfera do económico, contradizendo os princípios por que se têm regido. Até o Sócrates alinhou com os grandes.

Como anarquista, a minha linha de acção é o combate ao poder e ao Estado, denunciando os seus erros e falácias e, em última análise, procurando demonstrar a sua inutilidade para a felicidade dos povos, para a plena realização de uma sociedade construída de e pelos cidadãos. Este desmoronar súbito e quase sem aviso do sistema financeiro capitalista pode e deve construir uma esperança para os povos de que nada permanece imutável e de que a Liberdade e a Democracia ainda estão ao alcance do povo.

domingo, 5 de outubro de 2008

Não mexem uma palha?

O mundo está a atravessar uma fase de crise financeira sem precedentes, de tal gravidade que há reputados especialistas a alertar para a iminência de um afundamento global do sistema financeiro. Face a esta situação de extrema gravidade, que envolve biliões de seres humanos em todo o planeta, são já inúmeros os governos que tomam medidas para travar este processo, inclusivamente contestanto, na prática, os seus próprios princípios neoliberais, nomeadamente o de que na economia não se mexe.

O governo português é tão, tão neoliberal que ainda nem mexeu uma palha. Propostas de medidas para intervir nesta crise não têm faltado, vindas de todos os sectores politico-ideológicos. Como anarquista, não consigo deixar de chamar a atenção para a ironia de que, combatendo eu próprio o poder e o Estado, esteja a apontar baterias contra eles por não mexerem uma palha, como se a sua existência fosse imprescindível. Neste momento, é! Afinal, o Estado existe para cumprir determinadas funções, não é verdade? E, então, pergunto-me: o governo PS não devia agir, como o fazem os outros governos do mundo?