domingo, 7 de setembro de 2008

Porquê regressar?


Embora esteja longe de ser detentor de qualquer tipo de “verdade” política absoluta, como anarquista tenho reafirmado claramente o que me leva a exercer este tipo de acção ferozmente crítica face ao poder instituído e ao Estado. De uma forma geral, posso afirmar que nenhum dos três poderes democráticos, o Executivo, o Legislativo e o Judicial, trabalham actualmente com total clareza e honestidade face à sociedade que é suposto servirem.

O Paulo Pedroso vai retomar o seu lugar de deputado na Assembleia da República na próxima segunda-feira, segundo anunciou formalmente o líder da bancada socialista, o Alberto Martins. Conforme podem ler nesta notícia que publiquei no meu site Contracorrente, que retirei do jornal Publico.pt, o líder da bancada do PS comunicou ao presidente da Assembleia da República que “cessaram as razões, por este [Paulo Pedroso] em tempo invocadas, de impossibilidade temporária para o exercício do mandato de deputado”.

Ora, o Pedroso regressa à sua casa-Mãe, o Parlamento, depois de ter sido judicialmente absolvido de uma série de processos que, ao que parece, lhe foram infamemente, ou qualquer coisa parecida, movidos por envolvimento – ou então, melhor dizendo, não-envolvimento – numa série de crimes conhecidos pelo “caso Casa Pia”, muito na berra aqui há uns anos. Coisas de pedofilia, das quais o Pedroso sai de cara lavada e erguida, para voltar a ser deputado. Como e porque é que se regressa a tão elevado cargo, depois de um processo judicial tão complicado, mediático e escandaloso?