quarta-feira, 21 de maio de 2008

Sócrates susceptível

Como anarquista que me orgulho de ser, interpreto como uma das minhas missões pôr a nu o podres do poder, para melhor o combater. Este governo do senhor Sócrates - o que queria ser engenheiro, mas não é - está tão cheio de podres, que se torna difícil dar destaque a um sobre o outro. É esta a difícil tarefa deste anarquista que vos escreve.

Mas, comecemos por algum lado. Hoje veio a lume no jornal Publico.pt, que o José Sócrates vai recorrer do acórdão da Relação de Lisboa que o condenou a pagar uma indemnização de 10 mil euros ao jornalista do Público, José António Cerejo. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no Contracorrente sobre esta questão, para mais pormenores.

Já nesse tempo o Sócrates era uma pessoa muito susceptível, tendo enviado uma carta àquele jornal em Março de 2001 - altura em que já era ministro do Ambiente e queria queimar os lixos altamente tóxicos nas cimenteiras - carta essa em que acusava o jornalista de padecer de "delírio, servindo (...) propósitos estranhos à actividade jornalística". No imaginário socrático, o que o jornalista queria era impedi-lo de vir a ser primeiro-ministro, acho eu. Porque o Sócrates, agora em pleno uso de todo o poder - ele é o governo, a maioria absoluta parlamentar - continua a processar quem lhe belisque minimamente a sua, dele, Imagem.

domingo, 18 de maio de 2008

Uma falsa concertação


A minha postura anarquista impede-me de fazer alinhamentos partidários, colagens a este ou àquele partido, conforme os meus amigos e visitantes têm verificado ao longo dos anos em que mantenho este blogue. Mas quando algum partido político critica o poder instituído e o Estado, então sim, falamos a mesma linguagem!

Ora, o PCP, pela voz do Jerónimo de Sousa, disse recentemente umas verdades bem cruas e verdadeiras ao governo do Sócrates, conforme poderão ver nesta notícia que publiquei no meu site Contracorrente, retirada do jornal Publico.pt. E o Jerónimo de Sousa disse que "José Sócrates e o seu governo não estão na concertação para obter um acordo entre patrões e sindicatos. Estão para impor o essencial das suas propostas, que são as que melhor servem o patronato". E eu acrescento: o governo quer manipular as negociações e distorcer o próprio significado da palavra "concertação".

Já é bastamente do conhecimento público que as propostas de revisão do Código do Trabalho, engendradas descaradamente pelo Vieira da Silva, vão atacar direitos dos trabalhadores consagrados há décadas de democracia. A precariedade do trabalho é um dos mais graves atentados a estes mesmos direitos, tornando o trabalhador uma peça, um número, numa máquina economicista. Capitalista.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Impor democraticamente

Este governo que nos calhou em triste sorte – como aliás todos os governos, na óptica anarquista – continua a tentar impor pela via supostamente democrática directivas e orientações que as pessoas, os sindicatos, não querem. Diga-se, de passagem, que “impor democraticamente” é um novo conceito, retirado da não-ideologia destes pêésses que nos governam.

Conforme podem ver nesta notícia que publiquei no meu site Contracorrente, os sindicatos e o governo não chegaram a acordo sobre a proposta de contrato de trabalho em funções públicas. A explicação é dada pelo próprio governante responsável por estas negociações, que afirma: “não se trata de cedências, trata-se de ouvir os sindicatos e perceber se essas propostas se adequam ao espírito da reforma que é adaptar o novo contrato de trabalho ao Código de Trabalho”.

Espectacular. O governo parte para as negociações com os sindicatos com uma meta predefinida, que espera vir a ser aceite natural e cordatamente pelos sindicatos. Nesse caso, para quê negociar? Para dar um ar de democracia? Naturalmente que os sindicatos não estão dispostos a aceitar esta postura ditatorial por parte do governo. Mais uma vez, o Estado pretende impor relações laborais com os seus próprios trabalhadores do mesmo tipo das empresas privadas. Estado-Empresa, eis a nova cara do poder nacional-socialista do Sócrates.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O Dia do Trabalhador

Estou desempregado neste momento e desde há uns bons e longos momentos atrás. Mas sempre fui um trabalhador! E serei, quando voltar a sê-lo. Escrevo este testemunho no fim do Dia do Trabalhador, no 1º de Maio de 2008, porque tenho direito, como todos nós, a este feriado. Conquistado.

O sistema, o poder e a sua legislação empresarial, andam a atirar as pessoas para o desemprego. Esta revisão do Código do Trabalho não augura nada de bom, dizem os sindicatos. A precariedade impera livremente, a fome instala-se dentro das nossas casas. Os famintos não enfraqueceram, fortaleceram a sua vontade de lutar.

Não basta odiar. É preciso agir! JÁ!