segunda-feira, 28 de abril de 2008

A Nova Polícia Política

A saga do novo regime socialista continua, sempre com situações a justificar-lhe o novo nome de regime nacional-socialista. Por muito que o governo instaurado não goste de se ver retratado desta forma, porque se reclamam do socialismo, da preocupação social, das políticas para o povo, etc, este é o termo que, como anarquista, acho que melhor o define. É que os nazis também tinham preocupações sociais quando nasceram, lá na Alemanha, na década de 20 do século passado.

Ora, este novo regime português – o dos socialistas – além dos muitos atropelos à democracia que tem feito, criou agora o núcleo da sua nova polícia política: a ASAE. Uma polícia cujas atribuições crescem, fora dos olhares do público em geral, como convém. Desta feita, foi o Paulo Portas – imaginem! - que denunciou a situação. Por seu lado, o jornal Correio da Manhã (CM) foi investigar e confirmou os factos. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente sobre este assunto.

Segundo as novas revelações, os inspectores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, a ASAE, têm ordens superiores para realizar este ano 240 suspensões de actividades e 80 detenções, só na Região Norte. O documento, a que o CM teve acesso, estabelece o plano de actividade para 2008, onde estão fixados os objectivos para os 40 inspectores da Direcção Regional do Norte. Reparem: duas detenções e seis suspensões de actividade por inspector! Temos agora uma polícia que determina o número de vítimas que vai fazer. Uma nova polícia deste desumano Estado neoliberal em que vivemos.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

25 de Abril Sempre!


No dia 25 de Abril de 1974, os militares saíram à rua e depuseram o regime fascista, que dominou Portugal durante 48 anos. Foi a Revolução dos Cravos. A partir dessa data, o nosso país iria viver em democracia e em liberdade. Esta foi a herança que o Movimento das Forças Armadas, o MFA, nos transmitiu há 34 anos. Vamos, então, comemorar esta data gloriosa.

Como anarquista, não posso deixar de dizer aqui que o 25 de Abril de 2008 é bem diferente. A situação política deste país está lastimável e parece termos voltado aos tempos cinzentos da ditadura. Uma maioria absoluta - supostamente democrática - dita as leis a seu bel-prazer, ignorando as conquistas de Abril. O sistema neoliberal impera e impõe os ditames de um tipo de capitalismo desumanizado. Por isto tudo, devemos reafirmar, alto e bom som:

25 DE ABRIL SEMPRE!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Contra o trabalho precário!

Como anarquista, tenho defendido a ideia de que será através de um amplo movimento de massas que o sistema capitalista actual poderá, algum dia, cair. No nosso país temos assistido a um crescendo destes movimentos populares nos últimos tempos. Por muito que vá - e estou certo de que vai! - contra a vontade do poder instituído, a partir do momento em que as pessoas adquirem determinado grau de consciencialização, não há caminho de regresso. De regresso à pura e simples alienação.

Vêm estas ideias na sequência da manifestação que a CGTP organizou ontem em Lisboa, contra o possível agravamento do Código do Trabalho. O Carvalho da Silva – talvez dos últimos símbolos de um sindicalismo que tende, segundo ele mesmo pensa, a entrar em declínio – referiu, perante os milhares de pessoas presentes na manif, o princípio do tratamento mais favorável. Este princípio, definido no Código do Trabalho, estabelece as garantias mínimas abaixo das quais não é possível negociar. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente sobre esta manifestação, retirada do jornal Público.pt.

Outros dos temas que esteve na base desta manifestação e que mais preocupa as pessoas é a precariedade do trabalho. Esta é, certamente, uma das questões mais chocantes do regime capitalista sob o qual vivemos. O tipo de contrato, ou a sua ausência, que as empresas, o patronato e o próprio Estado preferem é aquele em que o indivíduo deixa de contar como pessoa e passa a ser mero número. Peça duma máquina que o vai triturar, enquanto indivíduo supostamente livre numa sociedade, ela também, supostamente livre. Supostamente. Por tudo isto, a manifestação, a luta.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Nem tudo é o que parece...

Como anarquista, a minha missão é o combate ao poder e ao Estado. Ao mesmo tempo, entendo que devo alertar as consciências para as manobras tétricas que o poder engendra para a sua sobrevivência. Temos estado a assistir a um festival carnavalesco de pré-eleitoralismo, caracterizado pelo embelezamento das mais recentes vitórias que o governo julga ter atingido. O IVA baixa 1%! Sim, meninas e meninas, senhoras e cavalheiros, tudo ao desbarato! Preços nunca vistos!

Contudo, os tenebrosos senhores que estão por detrás do poder, a controlá-lo, a vigiá-lo, vão largando as suas mensagens. O Ernâni Lopes (na foto), ex-ministro das Finanças e sócio-gerente da Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco (SaeR) veio esta semana apresentar o relatório trimestral desta sociedade, com aquela sobriedade que só encontramos nos muito ricos e poderosos. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente, a propósito desta questão.

No relatório da SaeR pode-se ler que "não é de esperar uma melhoria da evolução económica" numa altura em que o mundo está em abrandamento e em que continuam a persistir dificuldades estruturais internas. Em 2007, a economia portuguesa cresceu 1,9 por cento e para 2008 o governo prevê uma aceleração para 2,2 por cento, Ora, o ex-ministro das Finanças não acredita na concretização desta previsão e afirma ainda que a forte desaceleração da Espanha está também a penalizar a economia portuguesa e pode vir a penalizar ainda mais. Ferozes recados para o socrático optimismo e também para quem quiser acreditar na beleza do capitalismo.