Como anarquista, a minha missão é denunciar todos os erros e abusos cometidos pelo poder e pelo Estado e é a isso que me tenho dedicado neste blogue. Ora, o semanário Sol noticiou ontem que o Alberto Costa, ministro da Justiça do governo Sócrates, alegando falar em nome deste, mandou transmitir aos magistrados do caso Freeport que, se insistissem no processo, poderiam ser objecto de “represálias”. O jornal indica ainda que terá sido Lopes da Mota, o português que preside ao Eurojust, a falar aos magistrados. O caso é de tal ordem que o Paulo Portas defendeu ontem, em declarações ao jornal Público, que o Alberto Costa deve dar explicações ao Parlamento sobre estas pressões, conforme poderão ver nesta notícia que publiquei no meu site Contracorrente.
A democracia portuguesa, sob este governo socialista, atingiu proporções verdadeiramente críticas e excepcionais. O poder Executivo já se permite pressionar o Judicial, para servir os interesses do poder instaurado. Desta forma, as fronteiras legítimas esbatem-se consideravelmente e acho que acabamos confrontados com uma situação totalmente escandalosa. O poder instaurado recorre a qualquer arma para defender os seus interesses e tudo se torna legítimo, como os ministros interferirem na esfera da Justiça sem qualquer pejo. É um processo que se agrava à medida que a maioria, confortavelmente instaurada, impõe a sua vontade, desrespeitando as próprias regras da democracia. Onde iremos parar?