sexta-feira, 18 de abril de 2008

Contra o trabalho precário!

Como anarquista, tenho defendido a ideia de que será através de um amplo movimento de massas que o sistema capitalista actual poderá, algum dia, cair. No nosso país temos assistido a um crescendo destes movimentos populares nos últimos tempos. Por muito que vá - e estou certo de que vai! - contra a vontade do poder instituído, a partir do momento em que as pessoas adquirem determinado grau de consciencialização, não há caminho de regresso. De regresso à pura e simples alienação.

Vêm estas ideias na sequência da manifestação que a CGTP organizou ontem em Lisboa, contra o possível agravamento do Código do Trabalho. O Carvalho da Silva – talvez dos últimos símbolos de um sindicalismo que tende, segundo ele mesmo pensa, a entrar em declínio – referiu, perante os milhares de pessoas presentes na manif, o princípio do tratamento mais favorável. Este princípio, definido no Código do Trabalho, estabelece as garantias mínimas abaixo das quais não é possível negociar. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente sobre esta manifestação, retirada do jornal Público.pt.

Outros dos temas que esteve na base desta manifestação e que mais preocupa as pessoas é a precariedade do trabalho. Esta é, certamente, uma das questões mais chocantes do regime capitalista sob o qual vivemos. O tipo de contrato, ou a sua ausência, que as empresas, o patronato e o próprio Estado preferem é aquele em que o indivíduo deixa de contar como pessoa e passa a ser mero número. Peça duma máquina que o vai triturar, enquanto indivíduo supostamente livre numa sociedade, ela também, supostamente livre. Supostamente. Por tudo isto, a manifestação, a luta.

12 comentários:

  1. Será pela insatisfação causada pelo desemprego, pela precariedade e pelos baixos salários que aqueles senhores irão caír do poleiro, porque com as oposições tão enfraquecidas, isto não muda.
    Bom fim de semana
    Abraço do Zé

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  2. Muda, muda, é só querer-mos. Para isso há várias fases, temos de nos manter unidos, organizados, pacientes e sobretudo militantes. Na altura do voto, saber quem defende ou não os nossos interesses. Somos nós que temos de decidir, pois somos nós que produzimos riqueza. A chave está nas nossas mãos.

    Abraço

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  3. Tiro o chapéu a Carvalho da Silva e curvo-me perante os que enchem as ruas! Enquanto houver gente que sofra na pele os desmandos dos poderosos, haverá luta. Pode é adquirir formas e organizações diversas.
    Por enquanto, ainda há sindicatos e as ruas mostram a sua força!
    Viva a CGTP

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  4. A precaridade instutuída do trabalho é uma das piores coisas deste capitalismo selvagem que nos impõem!
    Como se pode organizar uma vida, pensar em ter crianças, ter paz de espírito, se o essencial não tem uma base estável onde se fixe?!
    Como sempre, contra esta exploração a Igreja remete-se ao silêncio cúmplice.
    Feliz final de semana!

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  5. Amigo Jorge Borges,
    Se quiseres passar, com a ajuda das vossas palavras, arranjei acácias rubras e muita amizade para vós.
    Um abraço Pró-AN

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  6. Um abraço de apreço pelos textos e pela temática abordada com grande qualidade, Boa semana.

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  7. Savo:

    Trabalho precário não é trabalho, é dupla exploração!

    Um abraço para ti.

    Jorge P.G.

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  8. Concordo com o que o Zé Povinho diz. Com a oposição que temos não há governo que caia. Será a insatisfação generalizada que fará tombar tudo isto.

    Beijinhos

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  9. Contra o trabalho precário, a luta... Sempre!
    Um Abraço

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  10. Jorge!
    Primeiro: O coment acima "webcam" é um vírus bem resistente, não clique em nada, apenas o exclua, só você pode fazer isso!

    Quanto ao belo e oportuno texto que postastes, digo que o neoliberalismo consegue piorar as relações de trabalho! Cria no trabalhador a ilusão de que o emprego é pouco e portanto o melhor a fazer é ceder, praticamente todos os seus direitos para preservá-lo. É como se os patrões estivessem realizando um favor ao manter os coitados empregados... (aumento salarial, então...)
    Abraços!

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  11. Caminhamos para uma sociedade onde os direitos, liberdades e garantias de Abril parecem estar cada vez mais longe do que então se pretendia. Contra a precariedade, a servidão, a exploração teremos de lutar. Sempre!

    Beijinhos

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  12. Quando vai terminar a exploração do homem pelo próprio homem?
    Saudações anarquistas.

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