segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Sistema biométrico do poder
Vem este preâmbulo a propósito do facto de os funcionários da Direcção-Geral das Contribuições e Impostos passarem a ser controlados através de sistemas biométricos – mais um neologismo tecno-capitalista – que lêem as impressões digitais. Este sistema irá controlar a assiduidade dos trabalhadores, ao que dizem. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente sobre este tema. Segundo os princípios sobre a utilização de dados biométricos, no controlo de acessos e assiduidade dos trabalhadores, aprovados – imagine-se! - pela Comissão Nacional da Protecção de Dados, a lei reconhece que o sistema se integra no âmbito dos poderes de controlo da entidade responsável pelo tratamento destes dados.
E não ficamos por aqui: o secretário de Estado da Saúde assinou, em Setembro, um despacho que determina a implementação do controlo de assiduidade biométrico nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde. Claro, como não podia deixar de ser, esta solução é vista com alguma reserva por parte dos sindicatos. Pelo meu lado, não existe reserva de espécie alguma, mas antes uma condenação liminar. É este o Estado e o poder que desejamos para os nossos cidadãos? Um novo Big Brother orwelliano?
sábado, 8 de dezembro de 2007
A telecontagem do governo
Acontece que a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) apresentou uma proposta ao governo, segundo a qual será o consumidor a pagar a utilização dos novos contadores de electricidade, que vão ser alterados. Vão ser seis milhões de contadores que vão ser substituídos por uma espécie de aparelhos digitais, que efectuarão aquilo que passaram a designar por telecontagem. Produtos deste admirável mundo novo. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente sobre este tema.
Claro que está errado. A DECO já se opôs a que fossem os consumidores a pagar esta despesa, que devia ser suportada pela EDP. Na nossa vizinha Espanha, o governo deles deu indicações – imagine-se, tão democráticos! - para que esse custo fosse suportado pelos operadores, o que acho lógico. Afinal, são estes que beneficiam com o novo sistema. Ora, para não chocar o cidadão, o Manuel Pinho, o da Economia, disse que “por agora avançamos só com projectos-piloto”. Todos sabemos o que ele quer dizer. É que, na realidade, vão avançar. À custa do cidadão depauperado.
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
O novo al caponismo
Este, entre tantos outros, é o sinal da arrogância que define o actual governo de Portugal. Estão de papo cheio, na maior, cheios de si, com as costas bem aquecidas com a maioria absoluta parlamentar que lhes faz todas as vontades. O Sócrates e seus escravos governamentais ditam a lei no Far-West português. Uns quantos empresários capitalistas regozijam-se com este paraíso e untam, bem untadas, as mãos de políticos e politiqueiros.
Como anarquista, todo este panorama me deixa perplexo, interdito. Não havendo lei nem ordem, nem Estado, nem governo digno desse nome, poderia dizer que vivemos no reino perfeito da anarquia. Mas... Não nos deixemos enganar: trata-se de um sistema muito bem organizado, com regras muito bem definidas e com um poder muito bem estruturado. Muito perigoso. É preciso ir decifrando atentamente as regras de conduta deste novíssimo al caponismo, para saber enfrentá-lo com as armas correctas. Os tempos da democracia representativa já lá vão.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Todos à pala no Dia B
Podiam também ser vistas algumas pessoas que, de megafone em punho, discursavam as suas ideias criando um cenário que fazia lembrar o londrino Speakers’ Corner.
Não parece existir nenhuma organização formal por detrás desta iniciativa. Tudo levando a crer que se trata de um movimento espontâneo, gerado pelas sinergias intrínsecas da blogosfera portuguesa. O presente texto terá sido divulgado entre os blogues, criando um efeito pirâmide que terá culminado nesta manifestação. A assinatura de uma petição online e a colocação de selos de adesão nas barras dos blogs terá assegurado a viabilidade e o sucesso da iniciativa.
Divulga este texto e verás no que isto vai dar!
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Um amplo movimento popular
Angustiante, não é verdade? Não! Como anarquista, luto por uma sociedade diferente, igualitária, e continuo a acreditar firmemente que a mudança é possível. E dou um belo exemplo. Realizou-se ontem a manifestação da CGTP, que juntou, no Parque das Nações, cerca de 200 mil tabalhadores. No final da manifestação, o líder da central sindical, o Carvalho da Silva, afirmou que “pela sua dimensão e pelas suas características, hoje é um dia histórico” e acrescentou que agora “vão ampliar-se as alianças sociais e a luta dos portugueses”. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente sobre este acontecimento.
Este é o caminho para que o sistema possa ser modificado. Juntar as massas em movimentos de contestação populares, independentemente do facto de serem ou não organizados por sindicatos ou centrais sindicais. Não ignoro que estas organizações dependem, de uma ou outra forma, de orientações político-partidárias e que os partidos políticos se aproveitam delas para os seus propósitos pró-sistema. Contudo, estas organizações também podem contribuir para mobilizar as massas, como foi o caso de ontem. O próprio anarquismo teve, há dois séculos, uma dimensão sindical, designada por anarco-sindicalismo. Acredito firmemente que será através de um amplo movimento popular que o sistema poderá, um dia, ruir.
sábado, 13 de outubro de 2007
Os números do poder
Contudo, largos anos de democracia familiarizaram os cidadãos com os números, para bem da ilustração de todos. Ora, o poder terá sido dos que mais cedo aprendeu a lidar com os números e a manietá-los muito bem, como ninguém ignora. A manipulá-los para proveito próprio, convencido de poder mais facilmente enganar o Zé Povinho, sempre distraído com a bola e as novelas. Embora eu próprio faça parte do povo que os governos pensam poder enganar facilmente, não deixo também de ser um anarquista atento, que detesta a manipulação, em geral, e a dos números, em particular.
Gostaria, assim, de dar destaque ao facto de o ministro do Trabalho e da Solidadiedade Social, o Vieira da Silva, ter dito que Portugal já tinha começado a inverter a tendência de crescimento do desemprego, ou seja – traduzindo para uma linguagem mais óbvia - que o desemprego estava a diminuir no nosso país. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente sobre esta questão. Ora, estas afirmações do ministro entram em conflito com os últimos dados do Eurostat, referentes a Agosto, que indicam uma subida da taxa de desemprego de 0,8% em Portugal, face ao período homólogo de 2006. Confrontado com esta discrepância, o Vieira da Silva, brilhante na sua argumentação, afirmou que “os balanços são feitos no final do ano”. Tal como o outro que dizia que prognósticos só no final... O que é lamentável é que, aqui, os números são bem reais. Os números do desemprego em Portugal.
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Manifestações de rua!
Como anarquista e cidadão deste país declaro-me farto. É tal o nível de corrupção nas esferas do governo e do Estado, que não seriam suficientes rios de tinta do tamanho do Amazonas para denunciar tudo o que o que está errado nesta República das Bananas. Não é que, por enquanto, esteja disposto a abdicar do direito e dever de protestar, mas confesso que, dada a situação, a missão me parece hercúlea.
Por todo o lado surgem vozes isoladas de protesto, sucedem-se escritos de feroz crítica à governação Sócrates - das mais fascizantes a que assistimos desde que o Antigo Regime caiu - e, contudo, eles lá estão, de pedra e cal, urdindo as suas tramas anti-populares, como se não vivessem em regime democrático. Nalguns sítios chama-se a isto máfia, noutros cartel, noutros oligarquia, noutros ainda ditadura. Pelo meu lado, prefiro chamar-lhe autocracia.
Para já, encontro apenas uma solução para travar esta derrocada dos ideais democráticos: ir para a rua manifestar-se. Dispensando centrais sindicais e outras que tais. Organizar, ou fazê-lo apenas espontaneamente, manifestações de rua. Não violentas, bem entendido. Radicais, ferozes. Cheias de gente descontente, de povo revoltado. Enquanto o poder ocupa os seus gabinetes, o povo ocupa a rua, enfrentando as barreiras policiais. É este o caminho actual:
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
MacCann! MacCann!
MacCann! MacCann! Oh, néctar dos deuses! Supremo alimento da alma... Crime, mistério. Estamos a assistir ao maior logro da história dos media, desde a Casa Pia. Só que agora não é pedofilia dos Grandes, dos Senhores do Mundo. É Homicídio! Mataram a criança – não sabemos ainda como – e têm andado a contar-nos histórias da carochinha. Aos poucos, como convém, jornais e televisões vendem o produto MacCann com enorme sucesso. Primeiro, tivemos pena do pobre casal e andámos à procura do infame raptor. Agora, andamos à espera que o infame casal venha de Inglaterra. Para quê? Obviamente, para linchá-lo!
Mais uma vez, a comunicação social – portuguesa e inglesa – cumpre integralmente os seus objectivos: vender produtos consumíveis e descartáveis, para benefício dos seus proprietários e dos detentores do poder. Aos primeiros, oferece-lhes lucro, permitindo-lhes aumentar vendas e angariar clientes para a Publicidade; horas e horas nas têvês, espaço garrafal nos jornais e revistas. Para vender champôs, carros, perfumes, sabonetes, relógios, empréstimos, etc. e tal. Aos segundos, oferece-lhes o prato principal do exercício do poder: alienar as mentes, distraí-las do fundamental. Do facto de que estão no poder para usufruto dos benefícios de estar no poder.
(Publicado originalmente no blog Mentira!, com a data de hoje)
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
O Contracorrente mudou de casa
Caros amigos e visitantes de O Anarquista,
Como anarquista, luto contra o poder e o Estado, numa atitude independente de partidos e/ou quaisquer outros interesses instalados, como não ignoram certamente. No entanto, além de anarquista, procuro também ser realista. Como diz a sabedoria popular, Roma e Pavia não se fizeram num dia... É por esse facto que estou consciente de quão utópico pode ser a construção de uma sociedade de acordo com as ideias do anarquismo. No entanto, pessoalmente acredito que é possível mudar o statu quo, o establishment, ou seja, falando em bom português, o actual estado das coisas. É para isso que aqui estou!
Em suma, o que quero dizer é que tenho editado o Contracorrente dentro desta mesma postura política. Temos que denunciar o capitalismo dominante e alertar as consciências para o facto de que este sistema neoliberal sob o qual vivemos está a minar todos os valores da democracia e a destruir os direitos dos cidadãos. E isto acontece, não só em Portugal, como também em todo o mundo. A globalização que o capitalismo nos tem imposto não serve, pura e simplesmente, as pessoas e a sua busca da felicidade e da realização pessoal.
A mudança de endereço do Contracorrente para o domínio www.contracorrente.info pretende melhorar as funcionalidades do site e, sobretudo, torná-lo independente de quaisquer regras que lhe queiram impor. É por esta razão que vos convido, desde já, a visitá-lo. Dispõe de uma actualização frequente de notícias nacionais, internacionais e culturais que podem - e devem! - ser comentadas, de um espaço para a apresentação de artigos de fundo, de sondagens sobre temas da actualidade, etc. Também tem um novo fórum, para o debate livre de ideias, e que está lá alojado. Em suma, passem por lá e deixem o vosso contributo. Para a construção de um mundo livre!
terça-feira, 4 de setembro de 2007
O infame tratado
Uma das golpaças que o Sócrates tem em mãos, desde o início do ano, desde que foi feito presidente da União Europeia - que tanto adora e reverencia - é impingir nas costas do povo o célebre "tratado reformador". Já no final do ano passado, a Angela Merkel, chanceler da toda-poderosa Alemanha, tinha cozinhado este tratado com todos os Estados membros da UE, com a ideia fixa de que fosse aprovado nas altas instâncias, sem consulta popular. Claro que, não só ela, como os outros governantes europeus, sabiam que submeter este tratado a referendo popular seria o fiasco total. Ninguém o aceitaria, pura e simplesmente. Aproveito para sugerir que manifestem a vossa opinião na sondagem que lancei no Contracorrente sobre esta questão.
Preparemo-nos, pois, para esta nova ofensiva socrática, exigindo um referendo a este texto infame. Embora o poder esteja convencido do contrário, aqui quem manda é o povo. É preciso é mobilizar-nos, despertarmos do marasmo em que a propaganda socialista se tem empenhado em manter-nos. Como diz a canção, "ir para a rua e gritar"!
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
E o poder assim, tão de férias...
Como anarquista, sempre de baterias assestadas ao poder e ao Estado, confesso que me sinto frustrado. Então não é que todo o poder foi de férias? Onde é que estão os governantes? Os deputados? Os juízes? Onde é que está o poder Executivo? O Legislativo? O Judicial? Nem me atrevo a responder... Realmente, confesso que não li nenhuma cláusula constitucional que diga expressamente que “todo o cidadão tem direito a ter férias”. Claro que, nos Direitos, Liberdades e Garantias, este direito às férias há-de estar contemplado. Mais: tem de estar contemplado!
Como não tive férias este ano, porque sou um anarquista desempregado, muitos pensarão que estou aqui a exprimir o meu ressentimento e frustração. Não! Então, até estou de férias todo o ano... O que me admira é que o poder esteja assim, tão de férias. Não lhes nego esse direito, até porque, quando voltam, trazem um bronzeado de fazer inveja a qualquer anarca pelintra. Naturalmente que, dadas algumas tristes experiências recentes com a liberdade de expressão nos blogues, nunca me arriscaria a ter um processo em cima por difamar governantes, deputados, juízes que andaram a “dar o litro” enquanto os outros gozavam o seu direito constitucional às férias. Não, isso não. Nunca!
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Portugal é um país de pobres e de miséria!
Segundo o discurso oficial do governo do senhor Sócrates (designação que me traz um enorme prazer vingativo), Portugal vive no melhor dos mundos possíveis. Ou seja, todos sabemos que vivemos num país pobre, com poucos recursos, pouco dinheiro, etc., mas está-se agora a fazer o que nunca se fez antes. Uma política financeira equilibrada, sem défice público, investimento nas áreas económicas prioritárias, como os campos de golfe e os hotéis de cinco estrelas, criação de infraestruturas a pensar no futuro, como o novo aeroporto da Ota, por exemplo, que permitirá o aumento do fluxo de voos dos ricaços de e para todas as partes do mundo.
Contudo, ninguém ignora que este discurso oficial é mera propaganda, destinada a defender os interesses capitalistas que protegem o poder e o Estado. A realidade é bem outra e refiro aqui o mais importante de tudo. Portugal é um país de pobres! Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente sobre esta questão. De acordo com dados recentes, o número de famílias beneficiárias de rendimento social de inserção (RSI) subiu dez mil em três anos. O distrito do Porto ocupa o primeiro lugar em matéria de famílias beneficiárias de RSI: 39.179 famílias, em Junho de 2007. O distrito de Lisboa conta com 29.644 agregados, ocupando o segundo lugar.
Face a esta dura realidade, não será tempo de abandonar a ideia de que sempre houve pobrezinhos e começar realmente a lutar contra ela? Como anarquista convicto e cidadão deste país afirmo conscientemente que Portugal é um país de pobres e de miséria!
sexta-feira, 20 de julho de 2007
Regime totalitário anti-sindical
Inscreve-se nesta última atitude - o total descaramento - a proposta que o governo apresentou na Assembleia da República sobre o exercício da actividade sindical por parte dos trabalhadores da Função Pública. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente sobre esta indescritível manobra. Desta forma, o governo apresentou uma proposta de lei, segundo a qual apenas um em cada 200 trabalhadores – num máximo de 50 – sindicalizados do Estado poderá aceder ao crédito de quatro dias mensais remunerados para o exercício da actividade sindical. Segundo o Augusto Santos Silva, o ministro dos Assuntos Parlamentares, trata-se apenas – imagine-se! - de adaptar à Função Pública aquilo que já é praticado no sector privado.
Como é evidente, esta proposta de lei, apresentada à margem de quaisquer negociações com os sindicatos, mereceu as mais fortes críticas de toda a oposição, que falou em tentativa de limitar a liberdade sindical e de “impor as suas vontades como num regime totalitário”. Também a Frente Comum organizou uma vigília de protesto contra esta legislação em frente ao Parlamento. Pelo meu lado, também estaria presente nesta vigília, não fosse o caso de não ser trabalhador do Estado. Mais uma vez, este governo não-socialista cerceia liberdades garantidas na Constituição da República Portuguesa, baseando-se no poder absoluto de uma maioria absoluta. Por tudo isto digo:
terça-feira, 17 de julho de 2007
Finalmente, o Programa Allgarve!
Pois o Pinho, falando para uma esmerada plateia de empresários e dealers de turismo lícito e ilícito - que se fartaram de bocejar para dentro e para fora quando o ouviram falar em very, very exotic Portuguese – anunciou os seus objectivos programáticos, que incluem, como podem ler nesta notícia que publiquei no meu site Contracorrente, precisamente dedicado a estas pérolas do nosso vigoroso capitalismo contemporâneo português, passe a publicidade, sempre importante nestas ocasiões festivas, hamm... Bem, retomando o fio à mealhada, que acabo de chegar de lá, dizia eu que os objectivos programáticos do Pinho podem ser lidos lá naquele meu site de turismo de que acabei de vos falar.
Pois bem, de acordo com os números que o Pinho apresentou, o Allgarve tem actualmente a funcionar 34 campos de golfe, mas o objectivo estratégico dele, que é o de transformar a região compreendida dentro dos limites dos ditos campos num destino turístico de qualidade, se bem compreendi, é o de criar um total de 78 campos de golfe no futuro. Ora, numa média de 25 hectares de implantação por campo, o Allgarve terá 1950 hectares de campos de golfe, o equivalente a quase dois mil campos de futebol. Tudo isto feito pelos outros, claro. Ucranianos, esse tipo de gente, percebem? Ah, e pelos empresários, claro! Que nestas coisas o Estado tem de poupar.
domingo, 15 de julho de 2007
Blog Activista
A minha querida amiga Meg, autora do blog A Recalcitrante, atribuiu a O Anarquista o selo de “Blog Activista”. Agradeço-lhe muito esta distinção, vinda de uma mulher que não cala o que está errado no mundo que nos rodeia e que, com os seus artigos e ideias, em muito tem contribuído para a construção de um mundo melhor. Para conhecer as convicções e ideias da Meg, nada melhor do que visitar o seu blog e, sobretudo, ler e comentar os seus artigos.
Interpreto a ideia de Blog Activista como um espaço que não cala as suas convicções ao mesmo tempo que luta por elas. Há muitas formas de estar presente na blogosfera, usando a escrita como veículo de ideias, sentimentos, vivências. Como anarquista, faço do meu blog um espaço de luta contra o poder e contra o Estado. Não pretendo amenizar sensibilidades, que eventualmente veriam neste tipo de atitude uma forma terrorista de arrasar a vida em sociedade.
O anarquismo actual não é, a meu ver, aquele tipo de “bombismo” que assassinou reis, duques e arquiduques, no final do século XIX. Essa forma de anarquismo teve o seu lugar na História, que estudiosos e investigadores poderão agora analisar com o devido distanciamento. O anarquismo pelo qual luto integra a ideia de uma sociedade bem estruturada em que o Estado deixa de ser necessário. Uma sociedade em que todos os indivíduos são iguais em direitos e deveres.
quinta-feira, 5 de julho de 2007
O Estado ganacioso
Mas não é este o caso. A Comissão Europeia acaba de fazer uma recomendação a Portugal, segundo a qual o Estado devia interromper de imediato a dupla tributação sobre os automóveis e reembolsar os contribuintes nos valores já cobrados e com os respectivos juros! Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente sobre esta questão. Segundo o secretário-geral da Deco, Jorge Morgado, “o mínimo que é exigido ao Estado é que cesse já com esta ilegalidade da dupla tributação”.
No entanto, o ministro das Finanças atreveu-se a afirmar que é apenas uma recomendação e não uma decisão final e que o processo ainda decorre. Ó ímpio! Ó herético! Desfazer assim nos deuses da sagrada União! Como anarquista, fico contentíssimo que alguém, alguma instituição, se digne pôr ordem nesta des-governação portuguesa. Toda ela feita de ganância, de arrecadar dinheiros que deviam mas era servir os contribuintes, os pobres cidadãos, já tão esmifrados por este Estado insocial não-socialista.
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Combater a corrupção
Num estudo realizado pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, coordenado pelo Professor Luís de Sousa, 51,9 por cento dos portugueses inquiridos elegeu os anos de 2000 a 2007 como "o período em que existiu maior corrupção em Portugal". Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente sobre esta questão. Ainda segundo este estudo, a maioria dos inquiridos (83,8 por cento) considera que, de um modo geral, o combate à corrupção em Portugal não é eficaz e atribuiu ao governo (45 por cento) a principal responsabilidade por essa ineficácia.
Vejo nesta análise diversos indicadores sobre a vida política portuguesa. Em primeiro lugar, os portugueses estão atentos à corrupção que grassa em torno do poder, contrariando a ideia de que somos um povo abúlico, desinteressado da vida política. Como anarquista, considero este facto um indicador muito positivo de que o povo ainda é a reserva de uma possibilidade de mudança, de revolução. Tenho dito frequentemente, também com base na opinião de ilustres pensadores de esquerda actuais, que o sistema neoliberal sob o qual vivemos poderá ser derrotado através de uma movimentação social significativa nesse sentido. Por outro lado, as pessoas não ignoram o facto de que a corrupção no Estado tem aumentado significativamente nestes últimos anos. O poder judicial não actua porque pactua silenciosamente com o executivo, deixando passar, prescrever, os principais processos judiciais anti-corrupção. Em suma, temos que estar atentos e não ignorar as tramas que o actual poder não-socialista tem tecido contra os interesses do povo.
sexta-feira, 8 de junho de 2007
Transparência democrática
Vem esta introdução a propósito do facto de o Tribunal Constitucional ter publicado no Diário da República um acórdão, segundo o qual este órgão de soberania detectou “ilegalidades e irregularidades” nas contas anuais dos partidos de 2004. Em consequência, o tribunal manteve a norma de enviar o acórdão à apreciação do Ministério Público. Procedimentos, burocracias, enfim... Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu Contracorrente a este propósito.
Não há partido político – nem um único - que escape a irregularidades e, mais grave ainda, ilegalidades nas suas contas. Ora, se tivermos em conta que nestas contas deveriam estar incluídos os donativos destinados às acções partidárias, o caso é grave. Podíamos dizer que, afinal, este acórdão se refere a contas de 2004. No entanto, pergunto-me: terá sido assim tão diferente nos anos subsequentes? Transparência é, em suma, qualidade que falta ao nosso regime tão, tão democrático.
quinta-feira, 31 de maio de 2007
A greve geral e o fosso governantes-povo
Terminado o dia de greve, seria de esperar a típica guerra de números entre governo e sindicatos. No entanto, inteligentemente, a CGTP, pela voz do seu secretário-geral, Carvalho da Silva, disse claramente “não entramos em guerras de números”. Foi desta forma que este dirigente sindical desmentiu a versão do governo de que a greve tinha sido apenas parcial e com efeitos limitados, ao mesmo tempo que deu exemplos de muitos sectores que pararam completamente ou funcionaram a meio gás. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu Contracorrente a este propósito.
Quando toda uma massa significativa de trabalhadores adere a uma greve geral, algo vai muito mal no governo do país. E os governantes, em vez de rebater com números e percentagens, deveriam tomar em linha de conta o que há de errado na sua política económica e laboral. Contudo, conhecendo a arrogância desta ditadura da maioria imposta pelo actual governo Sócrates-PS, o inverso é que seria de esperar e foi o que aconteceu: o poder nega cegamente o impacto da greve geral. Desta forma, mais uma vez se cava o fosso que separa os governantes do povo. De forma dramática.
quarta-feira, 30 de maio de 2007
sexta-feira, 25 de maio de 2007
A zona deserta do governo
E foi o que aconteceu desta vez. O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações – pasta certamente muito pesada, dada a sua extensa designação salazarenta – o Mário Lino, considerou “faraónica” a construção do novo aeroporto de Lisboa na margem Sul do Tejo porque, segundo disse, se trata de uma zona deserta. Uma opção em relação à qual, mais uma vez, o Lino foi categórico e afirmou, em francês, Jamais! Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu Contracorrente sobre esta verdadeira anedota.
Ainda hoje, passados dois dias, e certamente nos tempos que se avizinham, os comentários do Lino ecoam e ecoarão ressentida e repetidamente na cabeça de muita gente, desde os líderes e deputados de todos os partidos com e sem representação parlamentar, passando pela maior variedade de comentadores políticos (entre os quais modestamente me conto), de académicos e autarcas, até ao homem e à mulher mais simples do povo, entre os quais também me conto. Todos justamente indignadíssimos com uma das maiores bujardas que um homem de Estado poderia atirar aos sete ventos. Suplantando, inclusivamente, os delírios tremendos do da Economia, o Manuel Pinho! Como anarquista regozijo-me prazenteiramente, pensando nos extremos auto-destrutivos a que a posse e o exercício do poder podem conduzir, não só um homem, como todo um governo.
terça-feira, 22 de maio de 2007
Prémio Blog com Tomates
sexta-feira, 18 de maio de 2007
Um despacho contra o direito à greve
O Teixeira dos Santos, sim, o ministro das Finanças, publicou um despacho na página de internet da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) que cria junto deste organismo uma base de dados, na qual os serviços da administração directa e indirecta do Estado – ou seja, todos os serviços do Estado – têm de passar a inscrever “dados sobre o número total de trabalhadores e o número total de trabalhadores ausentes por motivo de greve”. Espantoso, não é?
Nem vale a pena mencionar a indignação que esta medida arbitrária causou junto dos sindicatos e organizações sindicais. Directamente e sem qualquer vergonha democrática, o governo faz passar por “via administrativa”, aquilo que eu qualificaria da mais fascizante tentativa de controlo sobre o direito à greve a que assisti nestes últimos 33 anos de democracia! Vendo aproximar-se o dia 30 de Junho, para o qual está prevista a greve geral da Administração Pública - que contará com a adesão da esmagadora maioria dos sindicatos e organizações sindicais do sector - o governo pensa, desta forma, assustar, desmobilizar, acobardar, os trabalhadores através de um despacho. Um despacho, como aqueles que o Salazar adorava assinar.
quarta-feira, 9 de maio de 2007
Fumadores, atenção às multas!
Vem esta introdução a propósito da proposta de lei sobre o tabaco que o ministro da Saúde – essa figura governamental tão simpática aos portugueses – o Correia de Campos, apresentou na Assembleia da República. Segundo poderão constatar através desta notícia que publiquei no Contracorrente, de acordo com esta “brilhante” proposta, as multas aplicadas aos fumadores de tabaco serão mais pesadas do que as que estão em vigor para os consumidores de drogas ilícitas, como a cocaína ou a heroína!
Segundo esta original lei – tão ao gosto da Europa comunitária e dos States, refira-se – fumar em lugares proibidos obriga a uma multa que vai de 50 a 1000 euros. Por seu lado, a multa aplicada aos consumidores de drogas proibidíssimas, situa-se entre os 25 e os 403 euros. Grande diferença, não acham? Por acaso, não tenciono consumir heroína nem cocaína, mas até parece que compensa, sob o ponto de vista económico... Em suma, mais uma lei fascizante de um governo democrático-ditatorial.
domingo, 6 de maio de 2007
Paraíso Natural
Ulisses atreveu-se, desafiou os deuses e atravessou as colunas de Rodes, intransponíveis obstáculos delimitando o Mediterâneo do resto do mundo desconhecido. E era o Atlântico. O mar vasto e indomável de altas ondas e ventos agrestes, propício à precipitação dos navios nas suas profundezas escuras. Quando pensou em escrever este episódio tão inaudito, Homero adormeceu. Mas Ulisses ignorou-o e enfrentou o temido mar-oceano até chegar à vasta foz de um enorme rio, onde ele e a sua tripulação repousaram. E ali adormeceu, até que Homero o acordasse e o fizesse regressar com ardente desejo à sua bem-amada e fiel Penélope. A que fez e desfez o tecido do seu amor por um único homem único.
Os que séculos depois vieram habitar as margens desse rio e a sua vasta foz nunca esqueceram o seu herói fundador e deram-lhe um nome em sua memória, que ainda hoje permanece vivo na imaginação de todos os habitantes do extremo ocidental da Europa. Porque, com a passagem dos séculos, os povos invasores, todos os novos invasores de ontem e de hoje, não lhes roubaram o seu mais precioso bem. A vasta foz de um rio onde a imaginação do guerreiro repousa ainda.
sexta-feira, 4 de maio de 2007
Oscarino 2007 - Categoria "Política"
O trabalho que desenvolvo neste espaço como anarquista convicto destina-se a denunciar os erros do poder e do Estado - que, como os nossos amigos e visitantes sabem, são inúmeros! - e a combater todas as formas de governo que se impõem à natural vontade dos cidadãos. Luto aqui por uma sociedade livre de governos, onde todos os cidadãos sejam livres e iguais e possam escolher a forma de organização que melhor sirva os seus interesses colectivos. Viva a Anarquia!
Começo por dedicar esta causa ao meu grande amigo Jorge e também a todos os meus amigos e visitantes. A todos aqueles que têm usado, através dos seus comentários e ideias, um dos bens mais preciosos da democracia: a Liberdade de Expressão.
quinta-feira, 3 de maio de 2007
Tu, ó Sócrates, não estás esquecido
Tendo em conta que esta máquina de que vos estou a falar conta quatro anos de existência, imaginem o que poderá acontecer ao Plano Tecnológico do Sócrates – bem ampliadinho na fotografia, para não termos dúvidas sobre a pessoa a que me refiro, licenciado ou não (deixem lá isso, pobrezinho do senhor...) – se o dito plano depender de computadores novinhos em folha: ao fim de quatro anos dá-lhes também o badagaio e lá se vai a Microsoft-Educação por água abaixo... A menos que o Portas, o Gates lá das américas, ofereça umas quantas máquinas pr'a compensar.
De qualquer forma, venho aqui dizer-vos que, após estas peripécias terceiro-milenaristas, o anarquista que me prezo de ser continua atento aos erros, falácias e absurdos cometidos pelo senhor da foto e seus amigalhaços do poder. Porque, tanto quanto sei, o país, este nosso Portugal dos Pequeninos, continua tão miserável como estava antes das recentes não-comemorações do 33º aniversário do 25 de Abril. Agora tão longínquo (parece que foi há 50 anos, não é?) e, sobretudo, tão esquecido...
segunda-feira, 23 de abril de 2007
Thinking Blogger Award
E os meus eleitos são:
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Barómetro Anarquista
Que tal, para variar, falar um bocado do estado em que se encontra este país e do que dele tem feito o poder e o Estado? Porque, para começar, parece-me que pouco se anda a fazer, excepto poupar, poupar e poupar. O défice público lá vai melhorando, ao que dizem, mas não estou convencido de que esteja tão bom que convença os desmancha-prazeres de Bruxelas. E o povo português continua a apertar o cinto, convencidíssimo de que melhores dias virão... Será? Ou será este apenas o pobre imaginário propagandístico do governo?
O custo de vida aumenta desmesuradamente e a banca enriquece como nunca se tinha visto na nossa história recente. Por seu lado, as empresas fecham. Deslocalizam-se, para usar o novo verbo neoliberal capitalista. E ainda, para cúmulo, os políticos da maioria, os socialistas de dentro e de fora do poder, enaltecem o brilhantismo dos seus sucessos, como se Portugal estivesse já próximo de um El Dorado que os castelhanos, no seu devido tempo, não encontraram. Dando uma mirada ao nosso Barómetro Anarquista, constatamos claramente que nunca o ânimo do nosso povo esteve tão em baixo.
terça-feira, 10 de abril de 2007
O TACHO
Ora, acontece que a Polícia Judiciária está a investigar a contratação de assessores políticos e técnicos por parte dos vereadores e partidos da oposição na Câmara de Lisboa. Conforme tive ocasião de informar nesta notícia que publiquei no Contracorrente, em causa estão suspeitas de eventuais “ilegalidades na contratação do elevado número de assessores, abuso de poder e falsificação de documentos para pagar horas extraordinárias a avençados que nunca puseram os pés na Câmara”, segundo afirmou fonte da PJ. Em Julho de 2006, existiam, segundo o próprio presidente de Câmara, o Carmona Rodrigues (na foto), 152 assessores, cuja despesa anual rondava os 2,9 milhões de euros!
Francamente, desejo os melhores sucessos - e... boa sorte! - à PJ nesta investigação, para que alguma coisa possa ser feita. Digo-o porque as artimanhas do poder são inúmeras e é enorme a sua capacidade de mascarar as situações mais escandalosas. Apesar do 25 de Abril e da Constituição da República Portuguesa, o poder em Portugal continua a viver, ainda e sempre, do mesmo. Do que o povo sempre chamou o TACHO!
domingo, 25 de março de 2007
Não licenciado? Deixa lá, dótor!
Sendo assim, o que é que está em questão nesta pequena polémica desta pequena República das Bananas (RB)? Para mim, como anarquista convicto - que não chegou a concluir o seu curso de História, diga-se em abono da verdade – o ponto fulcral é este e só este: enquanto que, na maioria dos países europeus considerados desenvolvidos e nos tristes States de má memória, todos os simples licenciados são tratados por “Senhor”, à compreensível excepção dos médicos (porque estudaram muito, muito mais anos do que os outros e se especializaram, basicamente, soando as estopinhas do allgarve), nas RB são tratados por “Doutor”; mesmo aqueles que nem sequer o são, efectivamente... Agora concluo: o que este país tem sofrido às mãos dos dótores e córónéis que se têm instalado no poder e no aparelho de Estado, ao longo de décadas de pura ignorância!
terça-feira, 20 de março de 2007
Completa insanidade
Como anarquista, venho aqui insurgir-me contra um novo facto criado por este governo e que classificaria, pelo menos, de surrealista. O ministro da Economia, o Manuel Pinho – sim, o da gaffe da mão-de-obra barata portuguesa, lá na China – fez, na sexta-feira passada, o lançamento de uma nova campanha de promoção do turismo do Algarve, envolvendo uma brutalidade de um investimento de nove milhões de euros. E qual foi o nome que atribuiu a todo este projecto? Allgarve! Com dois "l"!
Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no Contracorrente a propósito desta completa insanidade. Naturalmente, não se fizeram esperar a indignação e a revolta por parte de autarcas e políticos do Algarve. Por exemplo, o presidente da Junta Metropolitana do Algarve, o Macário Correia, afirmou que o primeiro-ministro, o Sócrates, “deve ajuizar se este ministro está em condições de continuar no cargo”. Pelo meu lado, evidentemente que acho que não. Se toda esta situação não fosse dolorosamente real, eu diria que era até uma boa anedota sobre o actual governo de Portugal.
quinta-feira, 15 de março de 2007
O HOMEM
O que é que este Homem - sim, em maiúsculas - idealizou para e concretizou em e, ainda, desenvolveu em... Portugal? Qual D. João II, o Príncipe Perfeito, que alargou o nosso comércio às longínquas paragens d'África, Belmiro de Azevedo, o Homem, deu ao nosso País nova Gesta.
Este HOMEM - não, não exagero com as maiúsculas - transformou Portugal num enorme, vastíssimo Hipermercado! Dando a todo um povo novo sentido para suas vidas, ricos e pobres, favorecidos e desfavorecidos pela sorte, como é da natural ordem das coisas. Com sua Obra ofereceu-nos a Ideia de... Comprar Barato.
Tal como o fez outro grande Povo, o chinês, com uma enorme, enorm.ma, diferença: as roupas não se rasgam, os sapatos não se descosem, as ferramentas não se partem, etc. etc. etc. - sim, muitos et coetera, como já escreviam e diziam os romanos do tempo do Ex.mo Sr. Imp.dor Júlio, César de seu sagrado apelido.
Concluindo, Car.ma Sra. Eng.ª, guardo deste HOMEM a m.or admi.ção!
C. M.res Cump.s,
Dr. M. ......... A.
(Ass ileg.l)
terça-feira, 13 de março de 2007
A metamorfose política assustadora
O governo vai encarregar entidades privadas de fundos de pensões de gerirem dez por cento – 600 milhões de euros – do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social. Isto significa que, pura e simplesmente, o Estado abdica de parte das suas responsabilidades. Por outro lado, também sugere subliminarmente que o próprio Estado reconhece a sua incompetência para gerir a coisa pública. Nesse caso, para que serve? Porque é que dispõe de funcionários, muitos deles competentes e subaproveitados? Outros, até, despedidos.
Numa atitude que me parece semelhante à de “salvar a face” - não nos esqueçamos que o governo se imagina socialista – o secretário de Estado da Segurança Social, o Pedro Marques (confesso que não o conhecia, senão da foto que publico, onde ele está à direita, em ponto pequeno...), disse que a gestão dos 600 milhões de euros de reservas públicas será através de concursos com “regras rigorosas”. Naturalmente, não ignoramos a natureza destes concursos. Sem regras, nem rigor. No entanto, o que considero ainda mais grave nesta decisão é a entrega a empresas privadas, de cariz capitalista, do dinheiro dos cidadãos. É esta a metamorfose deste governo, de que falei no início. Metamorfose de socialista em neoliberal.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
Mas que grande ordenado!
De acordo com a lei vigente, qualquer pessoa que ocupe um cargo no funcionalismo público não pode ganhar mais do que o primeiro-ministro, ou seja, um pouco mais de 5.360.85 euros. Portanto, o Paulo Macedo – por qualquer milagre ou manigância política – estava a ganhar uma brutalidade vergonhosa. Embora eu próprio tenha procurar apurar desde quando é que esta situação vigorava, não consegui saber, o que também me leva à conclusão de que a informação de que os cidadãos dispõem está controlada, amordaçada.
O Teixeira dos Santos, que é o ministro das Finanças e, portanto, o superior hierárquico do Paulo Macedo tentou, e cito o Expresso, “encontrar outras formas de remuneração que permitissem a Macedo continuar”. Seria uma casa com piscina à beira-mar, uma oferta por baixo da mesa de dois carros topo de gama, benefícios fiscais, participação como accionista numa das empresas do Estado? Mistério... Mas o Macedo, teimoso, não quis e prefere voltar para o BCP, onde era quadro (topo de gama). Para finalizar, digam-me lá, se não é de acabar, definitivamente, com tanto abuso?
terça-feira, 20 de fevereiro de 2007
Mais uma escandaleira política
E lá continuou o Fontão, apesar de arguido num processo judicial, a exercer o seu cargo público com a maior naturalidade. No entanto, na semana passada, lá resolveu reconhecer a sua situação publicamente, mantendo-se embora em funções, “com a consciência tranquila”, como afirmou. Só no dia seguinte é que – finalmente! - decidiu suspender o seu mandato.
Claro que depois de toda esta escandaleira, em que até o presidente da Câmara, o Carmona Rodrigues, manifestou a sua “solidariedade pessoal” ao Fontão, andam todos a pensar em eleições intercalares. Mais uma vez, fico boquiaberto com a facilidade com que a corrupção se instala no poder político. É-se arguido num processo judicial, pois sim, continuo em funções, mas não digo nada a ninguém... Eu, que sou anarquista, não proponho eleições intercalares, mas a extinção da Câmara, tal como a conhecemos.
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
Uma derrota da democracia parlamentar
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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007
Acabar com o tomate
Mais uma vez, Bruxelas empenha-se em dar cabo deste cantinho à beira-mar plantado: De acordo com uma nova proposta, irá lançar um novo modelo de “ajudas”, segundo o qual os produtores de tomate serão pagos mesmo que não produzam! Sugiro que leiam esta notícia que publiquei sobre isto no Contracorrente.
Tendo sido produzidas 1210 toneladas de tomate na campanha de 2005-2006, Portugal – para que se veja – é o segundo maior produtor mundial de tomate, depois da Califórnia. Agora, digam-me só se não é incrível que Bruxelas pague para que, em última instância, se deixe de produzir! Como anarquista e cidadão deste país, revolto-me contra estas políticas comunitárias a que estamos sujeitos.
Pertencemos a uma União Europeia de super-ricos, com produções excendentárias, que preferem deitar fora a sua produção alimentar a, por exemplo, canalizá-la para países que sofrem o pesadelo da fome. E o nosso governo continua impávido e sereno a aceitar todos estes ditames. A escravizar-nos à Europa.
sábado, 3 de fevereiro de 2007
Mudança de casa
Espero que gostem desta nova morada, onde continuarei a desfazer o poder de alto a baixo, como é minha convicção de anarquista, e como tem sido a minha missão desde que me conhecem.
Obrigado e Viva a Anarquia!