
No extremo ocidental do continente europeu existe um território que mergulha no vasto oceano Atlântico, oferecendo aos navegadores visões de brumas, falésias e vastos areais. Nas deambulações de um Homero inventado pelos homens, um Odisseus, ou Ulisses, ou outro navegador inventado pelas epopeias que não foram ainda escritas pelos homens simples, mas que vogam no imaginário de todos, à espera de nunca serem escritas, embrenhou-se pelo Mediterrâneo dentro e conheceu terras paradisíacas, jamais imaginadas. Sofreu perigos, desventuras, como os homens as sofrem na sua longa, demasiado longa e curta afinal, viagem pela existência, e encontrou também momentos de paz, como todos os homens, ainda que longe da sua pátria.
Ulisses atreveu-se, desafiou os deuses e atravessou as colunas de Rodes, intransponíveis obstáculos delimitando o Mediterâneo do resto do mundo desconhecido. E era o Atlântico. O mar vasto e indomável de altas ondas e ventos agrestes, propício à precipitação dos navios nas suas profundezas escuras. Quando pensou em escrever este episódio tão inaudito, Homero adormeceu. Mas Ulisses ignorou-o e enfrentou o temido mar-oceano até chegar à vasta foz de um enorme rio, onde ele e a sua tripulação repousaram. E ali adormeceu, até que Homero o acordasse e o fizesse regressar com ardente desejo à sua bem-amada e fiel Penélope. A que fez e desfez o tecido do seu amor por um único homem único.
Os que séculos depois vieram habitar as margens desse rio e a sua vasta foz nunca esqueceram o seu herói fundador e deram-lhe um nome em sua memória, que ainda hoje permanece vivo na imaginação de todos os habitantes do extremo ocidental da Europa. Porque, com a passagem dos séculos, os povos invasores, todos os novos invasores de ontem e de hoje, não lhes roubaram o seu mais precioso bem. A vasta foz de um rio onde a imaginação do guerreiro repousa ainda.
Ulisses atreveu-se, desafiou os deuses e atravessou as colunas de Rodes, intransponíveis obstáculos delimitando o Mediterâneo do resto do mundo desconhecido. E era o Atlântico. O mar vasto e indomável de altas ondas e ventos agrestes, propício à precipitação dos navios nas suas profundezas escuras. Quando pensou em escrever este episódio tão inaudito, Homero adormeceu. Mas Ulisses ignorou-o e enfrentou o temido mar-oceano até chegar à vasta foz de um enorme rio, onde ele e a sua tripulação repousaram. E ali adormeceu, até que Homero o acordasse e o fizesse regressar com ardente desejo à sua bem-amada e fiel Penélope. A que fez e desfez o tecido do seu amor por um único homem único.
Os que séculos depois vieram habitar as margens desse rio e a sua vasta foz nunca esqueceram o seu herói fundador e deram-lhe um nome em sua memória, que ainda hoje permanece vivo na imaginação de todos os habitantes do extremo ocidental da Europa. Porque, com a passagem dos séculos, os povos invasores, todos os novos invasores de ontem e de hoje, não lhes roubaram o seu mais precioso bem. A vasta foz de um rio onde a imaginação do guerreiro repousa ainda.
Este meme "Paraíso Natural" foi-me gentilmente passado pelo Zé Lérias. Ofereço-o agora às minhas queridas amigas Leo, Meg e Mariazinha. Para compreendê-lo, basta clicar aqui.
Bom dia Jorge.Engraçado, sem ler os teus comentários, hoje escrevi sobre amizade. No fim é que vi os teus comentários.Obrigado pelo presente
ResponderEliminarUm xôxo grande
Muito obrigada pela distinção.
ResponderEliminarBeijos
Jorge, e agora o que é que eu digo?
ResponderEliminarQue te agradeço, sim. Mas não sei se sou capaz de corresponder à responsabilidade! E agora?
Um grande abraço
Pois, O Ulisses é que foi grande!
ResponderEliminarP.s.- andas muito ausente, pá!
um abraço
O Homero nem sabia no que se ía transformar o burgo, coitado, se imaginasse se calhar o Ulisses tinha partido por cá alguma coisa.
ResponderEliminarBom ter-te de volta
Lindo o texto, assim descrito parece o paraíso, podia ser se as néscias criaturas que por lá habitam assim o desejassem. Boa semana.
ResponderEliminarCaro Anarquista
ResponderEliminarA cidade é linda, o pior é o resto, gente que por cá anda a fazer ...
Cumprimentos
Belo texto.
ResponderEliminar«E ali adormeceu.» A partir daí foi o repouso do guerreiro...
ResponderEliminarOlá Jorge.
ResponderEliminarVim aqui parar a conselho da nossa amiga comum. A Leo.
E tenho que lhe agradecer.
Estou encantada com este teu canto anarquista. Gostei imenso do que, nesta 1.ª visita (embora breve demais, confesso) li e vi por cá.
Parabéns.
E este paraíso natural por ti escolhido (o nosso estuário do Tejo - um dos mais belos do mundo) é de facto fantástico.