segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A Corrupção no Estado



Felizmente, a vida vai tendo seus altos e baixos, para que possamos todos, humanos e desumanos, compreender o seu valor e/ou significado. O que, diga-se, não é garantido que aconteça sempre... Refiro-me à questão da compreensão, porque, pelo meu lado, cada vez compreendo menos certos aspectos da realidade que me rodeia, especialmente a política.

Precisamente um dos aspectos que mais tenho dificuldade em compreender é o facto de situações e problemas que rodeiam o poder e o Estado serem muito dados a modas e tendências, um pouco como se de Alta Costura se tratasse. Tomemos o exemplo da corrupção no Estado. Lebre heroicamente levantada muito recentemente pelo actual bastonário da Ordem dos Advogados e que logo fez rebentar uma bomba - do género das anarquistas, à antiga, pretas e redondas, muito fumarentas - nos círculos dos poderes Judicial, Legislativo e Executivo, pilares da montesquiana (é, não é?) divisão dos Poderes.

Logo o procurador-geral da República nomeou importantes magistrados para severa investigação judicial. Quase de seguida, os chefes de bancada parlamentar de todos os partidos da Oposição interpelaram vigorosamente o chefe do Executivo sobre factos e situações tão chocantes, chegando o líder - parlamentar - do Primeiro Partido da Oposição a propor ao chefe do Governo um debate específico sobre tão grave tema. Respondeu este que não, que não, que já estavam quatorze, catorze, 14, projectos sobre corrupção a ser estudados pela distinta Assembleia e que a coisa demorava o seu tempo, esperem lá, calmex. Passados alguns dias sobre tão enfática recusa do presidente do Conselho de Ministros, o Partido do Governo propõe então, generosamente, a criação de uma entidade para o controlo, ou verificação, ou policiamento, não me recordo agora exactamente do termo - uma coisa tipo o que a ASAE faz com os fumadores - da Corrupção no Estado.

Pergunto então, à laia de Sopa de Letras, ou Sudoku (mais na moda): ficaremos por aqui, ou teremos ainda mais passagens de modelos?

Post scriptum (para evitar siglas desagradáveis): um grande abraço anarquista aos meus amigos solidários. A luta continua!

12 comentários:

  1. É assim mesmo.
    Força! Amanhã volto.
    Um abraço pró-AN

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  2. Jorge!
    Esta passarela não tem fim, é feito histórias infantis, cada dia tem uma nova...
    Abraços anarquistas!

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  3. Amigo

    Embora comente pouco, fazes parte daqueles que visito regularmente até porque tens o meu blogue linkado o que revela alguma coisa. Pelo menos, conhecemo-nos.Não te posso dizer que fiquei estupefacta com o que li no post anterior porque isso seria o mesmo que dizer que ando a leste do que se passa neste país. Infelizmente muitas pessoas passam pela mesma situação. Muitassss!!!
    Situação INJUSTA, INCRÍVEL, REVOLTANTE. No mínimo! Os senhores que nos governam teriam alguma vez vivido um mês com a quantia que referes? E se viveram, sobrou-lhes quantos dias , nesse mês, sem dinheiro? Somos um povo pacífico, adormecido, servil. Satisfeito? Impossível!
    Fico satisfeita que tenhas feito novo post. Dentro da linha a que nos habituaste e muito bem.
    Continuarei a passar por aqui, Jorge, como sempre, mas deixarei comentário. Não deixes de postar, não te isoles, não fiques aí sem falar.
    E como alguém disse, os amigos são para isto. Dispõe.

    Mil beijinhosssssss

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  4. Ainda a propósito do teu post anterior... Parece que o que este povo quer, que fala muito devido ao descontentamento e depois na prática não faz nada, é inaugurações do Túnel do Rossio e do Marquês! Dá-me raiva assistir ao povinho a correr para ir ver um túnel. Cambada de ignorantes! Eles deviam era ir correr atrás destes corruptelas que lhes lixam a vida sistemáticamente no dia-a-dia... Apetece dizer, temos o que merecemos!

    1 Abraço de revolta!

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  5. É assim mesmo que gosto de te ver! Insubmisso e implacável.

    Nada me admiro de ver que "a moda" seja a de fazer parecer que se caminha no sentido da transparência. Simula-se dar ao povo explicações.

    Mas, ás vezes, pergunto-me: será que o povo-povo, aquela massa indefinível que, no fundo, dá ou retira maiorias, se interessa pelas coisas e pelas causas importantes? Vejo aquele degradante aspecto dado por uma maioria de reformados empurrando-se para ver o túnel do Rossio, enfiando-se no combóio para viajar à borla não importava para onde. Combóio que nem partiria!

    Foi triste espectáculo em demasia. E é conhecendo este povo, usando-o a seu belo prazer, que o poder (qualquer poder)se vai perpetuando sem dificuldades.
    Uma lástima!

    Boa continuação e um grande abraço.
    Jorge Guedes

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  6. Mais, muitas mais passagens de modelos, mas de fraca qualidade e numa passerelle lamacenta.
    Saudações do Marreta.

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  7. Então eu não te dizia que vinha hoje?
    É assim mesmo.
    Tenho problemas com a net, por isso se quiseres aparecer...
    Um abraço, e não te esqueças, estou de olho em ti!

    Um abraço pró-AN

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  8. Tenho andado por cá, com ou sem comentários, e li também o post anterior, que explica muita coisa. Este país vai de mal a pior e também a mim me implica com os nervos a passividade de tanta gente, que se fica nas covas e só avança se forem os outros a dar a cara.
    Lá no Zé deixei-lhe uma recomendação.
    Abraço do Zé

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  9. A pergunta é retórica, não é?
    Sim, porque não creio que confie bastante para pensar que a Alta Costura fechou as portas!
    Saudações!

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  10. Pois é, problemas aqui e além-mar.

    Gostaria de compartilhar contigo a última conversa que tive com meu, e acredito que nosso, amigo Fidel Castro. Confira!

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  11. não há corrupção, apenas suspeitas...

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