domingo, 18 de maio de 2008

Uma falsa concertação


A minha postura anarquista impede-me de fazer alinhamentos partidários, colagens a este ou àquele partido, conforme os meus amigos e visitantes têm verificado ao longo dos anos em que mantenho este blogue. Mas quando algum partido político critica o poder instituído e o Estado, então sim, falamos a mesma linguagem!

Ora, o PCP, pela voz do Jerónimo de Sousa, disse recentemente umas verdades bem cruas e verdadeiras ao governo do Sócrates, conforme poderão ver nesta notícia que publiquei no meu site Contracorrente, retirada do jornal Publico.pt. E o Jerónimo de Sousa disse que "José Sócrates e o seu governo não estão na concertação para obter um acordo entre patrões e sindicatos. Estão para impor o essencial das suas propostas, que são as que melhor servem o patronato". E eu acrescento: o governo quer manipular as negociações e distorcer o próprio significado da palavra "concertação".

Já é bastamente do conhecimento público que as propostas de revisão do Código do Trabalho, engendradas descaradamente pelo Vieira da Silva, vão atacar direitos dos trabalhadores consagrados há décadas de democracia. A precariedade do trabalho é um dos mais graves atentados a estes mesmos direitos, tornando o trabalhador uma peça, um número, numa máquina economicista. Capitalista.

8 comentários:

  1. Sem dúvida e as verdades devem ser ditas, pelo menos por quem os tem no sítio!

    Este partido do governo, os governantes, o sistema político na moda, são tudo o que se queira menos instituições ou políticas de raíz e praxisdemocráticas.
    O resto é fumaça que atiram para os olhos dos que oprimem.

    Um abraço, Savo.

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  2. Ai se o meu amigo "o cmdt Ché", descobre este blogue fica todo contente. É que ele diz-se líder da FAL-Frente Anarquista de Libertação.

    Bom domingo

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  3. Também eu não consigi alinhar com directórios partidários mas, partidos à parte, o que seria desta "espécie de democracia" sem o PCP? Digam lá? E já agora, o Bloco de Esquerda!
    Querem um parlamento só com PS(D)PP?
    Sejamos realistas porra! Precisamos de quem luta do nosso lado mesmo que não sejam do nosso canto!
    Se não querem o PCP, organizem-se!
    Um abraço trabalhador e não colaborador

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  4. Com o rumo que isto está a tomar, prevejo que a corda parta precisamente pelos ferozes "atentados" contra os direitos dos trabalhadores.
    A precaridade há-de ser tanta, juntamente com as consequentes chagas, que "eles" estão a cavar a sepultura dos trabalhadores mas, ao mesmo tempo, a precipitarem o inevitável.
    Saudações do Marreta.

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  5. Uma concertação desconcertada que trará a agudização dos problemas laborais e que a nenhum trabalhador poderá agradar.
    É o patronato a ganhar terreno neste atentado onde os lesados são os trabalhadores.

    Vem blogar comigo.

    Bjo

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  6. Só existe uma solução:

    Governo popular, democracia directa.

    Organizados e pacientes havemos de vencer.

    A burguesia está a cavar a sua própria sepultura.

    Unidos venceremos

    Abraço

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  7. Amigo Jorge,

    Nunca na minha vida vi a corda apertar tanto! Nunca tinha ouvido falar (ver) gente com fome. Nem aqui nem noutras paragens. E que história é esta de se trabalhar até 10 horas por dia quando necessário, e trabalhar menos horas quando apetece ao patrão.
    Aplica isso no Algarve, na hotelaria.
    Há pessoas que resolvem a desgraça do Inverno com umas horas, pagas, extraordinárias, no Verão. Ora bem, passam a trabalhar 10 horas no verão de borla e no inverno vão pedir esmola. É isso, ou estou a ver mal?

    Um abraço anarquista desanimado

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  8. Vivemos momentos dificeis em Portugal e sem dúvida que o PCP tem sido uma força contra corrente, pena é que não haja mais partidos a fazerem o mesmo. Não há nada pior para um País do que um governo de maioria.

    Um abraço
    António Delgado

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