quarta-feira, 4 de junho de 2008

Manuel Alegre na luta contra a pobreza


O espírito tacanho que herdámos da longa noite fascista dificulta-nos frequentemente captar os novos fenómenos políticos que foram surgindo nesta era em que vivemos. Talvez possamos perder esta onda, se não fizermos um esforço para nos adaptar. Confesso que eu próprio sofro do mesmo mal, sempre que tento ver a política à maneira do século XX, do milénio que ficou para trás. No entanto, luto contra o comodismo, contra a acomodação, como anarquista que me prezo de ser.

Agitou os frios corredores do poder a recente atitude do Manuel Alegre, que resolveu participar activamente num comício contra as desigualdades e as injustiças sociais, que juntou em Lisboa militantes e apoiantes do Bloco de Esquerda e da Renovação Comunista, além de "históricos" do Partido Socialista. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no meu site Contracorrente, retirada do jornal Publico.pt, para mais pormenores sobre este evento único.

Manuel Alegre, que declarou estar no comício para "quebrar o tabu e o preconceito segundo o qual as esquerdas não se podem unir", afirmou que "a pobreza é uma tragédia, não é uma fatalidade como a direita quer fazer crer, mas um problema estrutural que resulta de um esquema económico". Sendo assim, pergunto eu, porque motivo é que fazemos perdurar este mesmo esquema económico, conhecendo-lhe todos os defeitos e todas as terríveis consequências sociais? Seremos masoquistas? O que é que mantem no poder um PS que governa contra os cidadãos?

13 comentários:

  1. Jorge,

    Pois quem os mantém lá somos nós,
    que somos masoquistas, pelo andar da carruagem já estamos a assimilar a ideia de dose repetida.
    Ou haverá alternativa?
    Tenho as minhas duvidas.

    Um abraço meio desanimado, mas mesmo assim anarquista!

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  2. É de enaltecer a "coragem" do Alegre, mas.....

    Com o avançar da idade o homem tende a ficar, sei lá, como o Marocas, que depois de ajudar a destruir o que de bom se fez em 1974/75, agora, talvez por arrependimento, vem como que pedir desculpa pela posições então tomadas.

    Porque não as tomaram na devida altura?

    Todos sabemos que o que se está a passar de menos bom agora, são consequência das más políticas do Marocas, do Cavaco, etc., ora vindo agora afirmar (Marocas) "que temos muitos pobres, que é preciso combater a probeza, blá, blá..." ou (Alegre) "que está ao lado dos que votaram PS desempregados, precários, blá, blá..." é, em minha opinião, jogar areia para os olhos do zé.

    Aquilo que foram dizer ontem, já todos o sabemos, o que precisamos é de alguém que diga "este sistema está podre, vamos arranjar outro"

    Abraço

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  3. A esquerda é um espaço enorme, que o divisionismo e o sectarismo tornam pequeno. Pequeno e inútil, refúgio para alguns oportunistas que à primeira, mal se apanham no poleiro, mostrarem as sua verdadeira face. Por isso, camarada Anarquista, as minhas saudações por este espaço de liberdade.
    De Leiria, sempre em Cuecas.

    Redfish

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  4. No dia Mundial do Ambiente recordo-lhe a laurissilva património mundial reconhecido pela Unesco.
    Masoquistas? Está certo.

    bjos

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  5. Tantos bloguistas e tao pouca coesao, à excepçao do Ferroadas, ninguém promove uma reuniao de cidadaos com inquietaçoes comuns, uma forma de consensuar, longe da dictadura partidista, acçoes e discursos comuns e que nos libertem desta oligarquia burlona!

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  6. Jorge!
    Louvo qualquer tentativa de união da esquerda, posto que a direita sempre está unida com o capital e contra o povo! Nós, ao contrário, procuramos sempre deixar claro nossas diferenças e nunca os pontos que nos unem. Creio que uma agenda mínima, que tivesse pontos circunstânciais e uma causa(ou inimigo) em comum, faria uma grande diferença. É hora de pensarmos o que é ser esquerda, hoje, neste globalizado, neo-liberal, capitalista e explorador mundo do século XXI!
    Abraços.

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  7. O Manel acordou tarde, quanto amim. deveria ter usado mais cedo o milhão de votos capitalizados nas presidenciais.
    Assim, agora, apenas coloca o Pinócrates num dilema. hostoilizá-lo e perder os militantes seguidores do Manel Alegre? Ou tentar acalmá-lo, tentando fazer parecer que o PS é um Parido de militantes livres?
    Acho que o finório vai pela segunda destas vias... e a música continuará o baile mandado.

    Um abraço, que andas desaparecido, ó xará.

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  8. Alegre escreve bem mas não me alegra! O fato, o porte, a voz, a história, a vida, o voto, o partido - pouco nele me convence.
    Tem uma ou outra poesia e depois? Onde é que está o poeta? Sim, onde é que está o poeta? Onde é que está, onde é que vive? Com quem vive? Como é que vive?
    Manuel Alegre é produto que serve para justificar um ar de democracia. Que está por bem, eu acredito! Mas que serve para dar ao partido em que milita um ar de pluralismo hipócrita, eu não dúvido!
    Ainda assim o melhor que há dum PS que não existe!
    Um abraço sem qualquer ps

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  9. Admiro muito, muito mesmo, Manuel Alegre: votei nele para Presidente da República.
    Mas não sei se ele não deveria ir até às consequências derradeiras das suas posições...
    Feriado feliz.

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  10. Participo, a partir de ontem, num blog colectivo.Passa por lá. Deixo-te o link mas encontras o selo no template do meu blog.
    http://adlibitum2008.blogspot.com/

    Voltarei para te comentar. Desculpa.

    Beijinhos

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  11. Ninguém pode negar a Manuel Alegre a sua coragem física e psicológica, até por ser quase a única voz do P"S" a resistir ao canto do senhor Pinto de Sousa, Presidente do Conselho. A minha resposta é esta: sim, somos masoquistas - e outras coisas mais - pois há três décadas que andamos a correr atrás das mesmas propostas e de coisa nenhuma. Boa semana.

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  12. lamentavelmente todos eles são responsáveis por este "estado de sítio"...

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