terça-feira, 11 de novembro de 2008

O peso dos movimentos cívicos


Como anarquista, concordo com a posição de Manuel Alegre, no que toca à arrogância da actual ministra da Educação perante a grande manifestação de professores, que teve recentemente lugar em Lisboa. Manuel Alegre fez uma análise detalhada deste fenómeno no editorial da revista Ops!, publicado no site do MIC, do qual fazemos eco nesta notícia que publicámos no Contracorrente, retirada do jornal Publico.pt.

Trata-se de um fenómeno - esta concentração única de cidadãos em torno de um mesmo projecto - que não pode nem deve ser ignorado pelo poder instituído, especialmente quando o mesmo se auto-intitula "socialista". A vontade das classes profissionais tem de ser ouvida pelos detentores dos cargos públicos, de forma a que o poder não trabalhe de forma autocrática, como é o caso da actual ministra da Educação, na sua recusa obstinada em valorizar as exigências dos professores.

É neste domínio da defesa dos interesses dos cidadãos que os movimentos cívicos como o MIC e tantos outros têm um importantíssimo papel a desempenhar na democracia do terceiro milénio. Uma democracia que se pretende participada por todos e não apenas pelos órgãos sindicais e partidos políticos institucionalmente estabelecidos. Esta é a minha actual perspectiva enquanto anarquista, dedicado à luta contra o poder e contra o Estado.

7 comentários:

  1. Quero crer que, inocentemente, Alegre está a servir a estratégia de ditador: dar a ideia de um partido aberto e plural, de que há PS para todos os gostos, que internamente se discutem estes assuntos... Ou entra ou bate com a porta, sempre na soleira vai acabar constipado e vai ter de entrar pela sua saúde.
    Alegre não passa de uma reserva que de vez enquando dá jeito.
    Um abraço de oposição a todo e qualquer militante ps

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  2. Cá para mim que não percebo nada disto, o MA já não me convence nas suas óbvias oposições ao PS. Parece-me até que ele encontrou a fórmula para que os socialista se não esqueçam dele.
    Mas isto sou só eu a pensar...

    Abraço pró-AN

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  3. MA embora pareça com certeza genuíno acaba por não produzir o efeito desejado, nem tanto por ele, mas talvez porque muitos outros baixam as orelhas e não acompanhem a carroça...
    abraço

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  4. Queria, desde já mandar um "grito no meio do silêncio", já que o nosso blog andou um ano inactivo devido a razoes directas na nossa segurança pessoal.
    Em relação ao Post, cada vez me indigna mais a posição deste governo em Geral, enquanto que os sindicatos a todos os níveis pedem para lhes tirarem a estufa para poderem respirar, e, mesmo assim, estes protestos são como gotas de água no Oceano.
    Um grade abraço do Fight Till Die (http://www.fighttilldie.blogspot.com)

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  5. Manuel Alegre está em ruptura acelerada com o PS, mais tarde ou mais cedo passará a ombreira da fractura definitiva. Nessa cisão vejo somente dois itens imediatos, se isto ocorrer até às próximas campanhas de bolos e tolos, digo campanha eleitoral a sério –pois o desgoverno já anda em propaganda e campanha desde o início deste ano: impedirá uma nova maioria do partido cor-de-rosa e limitará o espaço do Bloco de Esquerda.
    A atitude do Presidente do Conselho de Ministros, Sua Excelência o Senhor Pinto de Sousa, em relação a Manuel Alegre é puro calculismo, a evitar engolir o sapo da cisão, na ideia de que Alegre fará mais estragos fora do partido socialista do que dentro dele, pois o projecto de Alegre difere do projecto de poder do José Pinto de Sousa. Esperam para ver.
    A grande questão é: haverá espaço para novo partido de esquerda? Ou ainda, o que é mais importante, haverá militantes e militância para esta aposta na democracia participativa? Mas isso são contas de outro rosário.

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  6. de gente com aspirações ao poder a gente sem poder, venha o diabo e escolha. pra mim o poder corrompe todos por isso
    o que faz falta é:
    "arriba franco, mais alto que carrero blanco"

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  7. Um verdadeiro movimento de cidadãos, não alinhado com partidos políticos, ou seja, sem "agendecas partidárias", não:

    1 - "Tem que ser ouvido pelo poder"
    2 - epá, "deve mesmo, mesmo, mesmo ser ouvido pelo poder", pá. Senão "não é democrático, pá.

    Um verdadeiro movimento de cidadãos (grassroots, como está na moda) É OUVIDO, ponto.

    Não temos que pedir nada a um estado ou a estranhos poderes que nada têm a ver connosco. Que apenas servem para nos roubar.

    Um verdadeiro movimento de seres humanos, que querem lutar pelos seus direitos, apenas exige esses mesmos direitos, ou força o Poder a entregar (amal ou a bem esses mesmos direitos).

    como diria o outro:

    "As pessoas não devem temer os Governos.
    Os Governos é que devem temer as pessoas."

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