domingo, 25 de março de 2007

Não licenciado? Deixa lá, dótor!

O jornal Público, no legítimo exercício da liberdade de informação consagrada na nossa Constituição - para mal de muitos membros do poder, que bem gostariam de ver, não só esta, como tantas outras liberdades abafadas – resolveu investigar recentemente a carreira académica do primeiro-ministro, o nosso bem tristemente conhecido José Sócrates. E este respeitável órgão de comunicação da nossa praça descobriu irregularidades e falhas no processo conducente à sua licenciatura, apresentadas nesta notícia, cuja leitura sugiro. Depressa esta investigação se tornou num facto político que, como anarquista, me sinto no dever e prazer de comentar.

Divulgada esta situação, logo se levantou um pé de vento – como refiro nesta notícia que publiquei no Contracorrente - com o principal partido da oposição, o PSD, a exigir esclarecimentos ao gabinete do Sócrates, como se de elevada matéria de Estado se tratasse. Vai daí, o gabinete do primeiro-ministro emite uma nota em resposta (infeliz, a meu ver), assinada pelo Sócrates, na qual este considera “lamentável que se utilize a situação actual da Universidade Independente para se atingirem os seus antigos alunos” e “lastimável que o jornal Público se disponha a dar expressão e publicidade a este tipo de insinuações”. Insinuações? A dura e crua realidade, digo eu!

Sendo assim, o que é que está em questão nesta pequena polémica desta pequena República das Bananas (RB)? Para mim, como anarquista convicto - que não chegou a concluir o seu curso de História, diga-se em abono da verdade – o ponto fulcral é este e só este: enquanto que, na maioria dos países europeus considerados desenvolvidos e nos tristes States de má memória, todos os simples licenciados são tratados por “Senhor”, à compreensível excepção dos médicos (porque estudaram muito, muito mais anos do que os outros e se especializaram, basicamente, soando as estopinhas do allgarve), nas RB são tratados por “Doutor”; mesmo aqueles que nem sequer o são, efectivamente... Agora concluo: o que este país tem sofrido às mãos dos dótores e córónéis que se têm instalado no poder e no aparelho de Estado, ao longo de décadas de pura ignorância!

13 comentários:

  1. Esse problema bem português, o da " TITULITIS", é também ainda um reflexo da mentalidade inquisitorial e da necessidade de limpeza de sangue...NÃO SOU POVO NEM TENHO ORIGEM MEÃ. Eu sou a minha roupagem e não a minha essencia... um velho problema da filosofia portuguesa.

    um abraço
    Antonio Delgado

    ResponderEliminar
  2. São estas questões que devemos aclarar e não umas eleições de meia tijela para saber qual o nome mais recordádo.
    Tristemente continuamos sendo enganádos pelos misteriosos mentores da politica portuguesa.
    Insinuações não direi até que venham comprovar que o POVO PORTUGUÊS não foi enganádo na sua boa fé.
    E assim como de alguém que prometeu algo e não cumpriu na sua senda de palavrinhas mansas e doces , que ao fim e ao cabo tudo fez ao contrário.
    touaqui42

    ResponderEliminar
  3. Coronel, doutor ou engenheiro, tanto faz. O que importa é a 'verdade'.

    ResponderEliminar
  4. Olha, andava eu a labutar com os exames finais,quando uma noite por desfastio, olhei de relamce umas pautas de exame e topei com o nome de um camarada politiqueiro, que era então secretário de estado de qualquer coisa, toda a gente o tratava por doutor isto e doutor aquilo, o rapazelho estava no 3º Ano, eu terminei nesse ano, ele por lá ficou, nem sei se acabou o curso, que interessa isso, se tem sempre lugar no poleiro, boa semana.

    ResponderEliminar
  5. Também não sou licenciado, nem filiado a um partido e não morro por isso, esse senhor já tem o tacho assegurado não precisa do canudo para nada.

    ResponderEliminar
  6. Isto não é um país é uma velha chácara em que os coroneis se instalaram para aproveitar-se da sua mansa gente.
    Muitos ingénuos, distraídos e pobre gente tem produzido este quase país!...
    Haja paciência até lá.
    Um grande abraço e bom fim de semana.

    ResponderEliminar
  7. Se Socrates, o José é licenciado ou bacharel tanto me dá.

    Agora, se quer fazer crer que tem uma licenciatura e não tem , isso é grave. Não pela falta dela (licenciatura) mas da falta de vergonha para andar a enganar quem nele votou e todos os outros que têm que o aguentar.

    Dixit.

    Um abraço.

    ResponderEliminar
  8. Não ficou zangado comigo, pois não? Estava a brincar consigo, mas o tal "livrinho" realmente existe.
    Um abraço

    ResponderEliminar
  9. Venho agradecer-lhe a visita e as suas palavras.
    Gostei deste espaço, o "estilo" inreressa-me, pois não sou muito dada a "amenidades", e como tal, vou fazer-me convidada e, como mais um favorito, vai passar a fazer parte do meu roteiro, posso?
    Um abraço

    ResponderEliminar
  10. Vou começar a passar por aqui. Gostei desta atmosfera, isto é, dou-me bem com estes ares. Quanto à licenciatura, deixe-me que lhe diga, neste país de doutores e engenheiros, se o homem é ou não é, não me preocupa nada. Só não gosto mesmo é de comer gato por lebre. A verdade amigo, nua, crua, ácida...sabe sempre bem.
    Passarei mais vezes.
    Beijo

    ResponderEliminar
  11. Senhor não bastava ao Sócrates, por isso usou o título de engenheiro, se agora isso é uma patranha, como tudo o indica, a sua credibilidade fica reduzida a zero.
    Agora não basta parecer, é preciso ser.

    ResponderEliminar
  12. Se lá meter-mos (no governo) os não licenciados porque não os analfabetos estaría-mos muito melhor, pelo menos havia gente séria e honesta e não esta maralha.

    ResponderEliminar
  13. grande verdade, triste país...adicionei o teu blog aos meus favoritos, parabens! se quiseres da uma vista de olhos http://www.fighttilldie.blogspot.com/! abraço []

    ResponderEliminar