sexta-feira, 18 de maio de 2007

Um despacho contra o direito à greve

Na actual fase deste campeonato político em que – mistério!... - todos os clubes ganham, embora só o governo some mais vitórias, ainda há situações que, pelo seu incrível, me continuam a espantar, não só como anarquista que me prezo de ser, mas também como cidadão de um “suposto” Estado democrático de tipo ocidental. Para que melhor possam compreender aquilo a que me refiro, sugiro que leiam esta notícia, que acabo de publicar hoje no meu Contracorrente.

O Teixeira dos Santos, sim, o ministro das Finanças, publicou um despacho na página de internet da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) que cria junto deste organismo uma base de dados, na qual os serviços da administração directa e indirecta do Estado – ou seja, todos os serviços do Estado – têm de passar a inscrever “dados sobre o número total de trabalhadores e o número total de trabalhadores ausentes por motivo de greve”. Espantoso, não é?

Nem vale a pena mencionar a indignação que esta medida arbitrária causou junto dos sindicatos e organizações sindicais. Directamente e sem qualquer vergonha democrática, o governo faz passar por “via administrativa”, aquilo que eu qualificaria da mais fascizante tentativa de controlo sobre o direito à greve a que assisti nestes últimos 33 anos de democracia! Vendo aproximar-se o dia 30 de Junho, para o qual está prevista a greve geral da Administração Pública - que contará com a adesão da esmagadora maioria dos sindicatos e organizações sindicais do sector - o governo pensa, desta forma, assustar, desmobilizar, acobardar, os trabalhadores através de um despacho. Um despacho, como aqueles que o Salazar adorava assinar.

16 comentários:

  1. Bases de dados onde conste quem efectivamente fez greve é um atropelo à lei e caracteriza "esta espécie de democracia" em que vivemos.
    Na política temos "uma espécie de políticos" com tiques efectivos de pequenos ditadores (sem ofensa para o Charlie Chaplim).
    Abraço

    ResponderEliminar
  2. Que diferença existe entre o "botas" e estes tipos? já o afirmei várias vezes, estes ..cráticos.. tomam medidas que o ditador corava de vergonha se as tomasse. Mais, também ja o disse: onde aprenderam estes sr's? quem foram os seus professores? salvo s geração mais velha (Soares, Cunhal, etc.) e a mais nova (Louçã, Portas, etc.) todos os restantes aprenderam com o fascismo e os fascistas de antanho.
    Como podem estes sr's governar para o Povo?

    Bom fim de semana.

    ResponderEliminar
  3. Olá Jorge. Este procedimento já não é novo já se pratica há muito, pelo menos no que me diz respeito.Já agora recebi um email que me deixou espantada, e acho que irei deixar outros tantos espantados. Aqui vai, depois é só clicar no link que divulga a informação.
    Beijinhos Jorge


    > "O novo estádio da cidade de Al-Kahder, nos arredores de Belém, na
    >Cisjordânia, cuja construção foi financiada por Portugal, através do
    >Instituto Português de Cooperação para o Desenvolvimento, vai ser
    >inaugurado na próxima segunda-feira. O recinto custou dois milhões de
    >dólares, tem capacidade para seis mil espectadores, é certificado pela
    >FIFA e dispõe de piso sintético e iluminação. A cerimónia de
    >inauguração abrirá com uma marcha de escuteiros locais, conduzindo as
    >bandeiras de Portugal e da Palestina, e a execução dos respectivos hinos nacionais.
    >
    >
    >
    > Já fechámos urgências, maternidades, centros de saúde e escolas
    >primárias, mas oferecemos um estádio à Palestina. Devíamos fechar o
    >Hospital de Santa Maria e oferecer um pavilhão multiusos ao
    >Afeganistão. A seguir fechávamos a cidade Universitária e oferecíamos
    >um complexo olímpico (também com estádio) à Somália e por último
    >fechávamos a Assembleia da República e oferecíamos os nossos políticos aos crocodilos do Nilo.


    A NOTÍCIA VEM AQUI
    http://www.sportugal.pt/noticia.php?noticiaID=21735

    ResponderEliminar
  4. Por acaso no dia da greve estarei num curso de formação em Lisboa, e como saio às 16:00 irei até à manif!
    beijocas Leo

    ResponderEliminar
  5. Ora MUITO BEM aqui temos a PIDE/DGS camufláda.
    Seria uma BOA ALTURA de DEMOSTRAR a este GOVERNO/PS que não é a BOA ALTURA de querer no QUERO POSSO E MANDO.
    Já naõ chegava aquela de BUFO DENUNCIAR, que chegámos ao ponto de querer AMEDRONTAR os TRABALHADORES.
    Mas afinal aonde estamos.
    Afinal existe ou não LIBERDADE.
    ÁH TONINHO que tivestes FAMA mas estes são PIORES MIL VEZES.

    ResponderEliminar
  6. Sempre com a mania das grandezas. Por cá dizem que é o défice que atrapalha, entretanto vai-se dando uns cobres aos que podem mais que nós.

    ResponderEliminar
  7. Caro Anarquista
    É bom ter-te de volta. O socialismo do quase engº Socas é à direita da direita mais caceteira, vem é embrulhada em pétalas de rosa, quem sabe devido à sua sensibilidade muito feminina.
    Abraço

    ResponderEliminar
  8. Salazar está vivo e veste a pele de quase engenheiro.

    ResponderEliminar
  9. É claro que concordo contigo1

    e devo acrescentar, se é que já não sabes, que os professores, sem+pre que faltam t~em que justificar a ausência, havendo para o efeito uma série de artigos, que vão da assist~encia á família, dadores de sangue, desconto nasos dias de férias, doença, morte de familiares, etc. Pois bem : quando fazem greve não podem invocar nenhum desses artigos, excepto os atestados médicos por doença.
    Ou seja, se queres fazer greve, fazes, e não tens que apresentar qualquer justificativo. Sabem assim as secretarias, e a respectiva Direcção Regional da Educação, quais foram os professores grevistas. Isto pasa-se há muitos anos.

    assim, invocando que querem os números para dados estatísticos, sempre as DRE souberam quantos e quais os professores em greve, pois sempre pediram os mapas de faltas às secretarias das escolas.

    Como vês, nem isso este ministro fez de novo! Estamos todos controlados, pá, nem duvides!

    um abraço

    ResponderEliminar
  10. Palavras para quê? O retrocesso democrático é tal que até já se tomam medidas deste tipo. O que poderá vir a seguir?
    Eu sei: VARREDELA NELES TODOS!
    Abraço.

    ResponderEliminar
  11. Os tempos voltam para trás, depressa demais.
    Esbirros?
    Um abraço

    Ps:este é o 3º comentário que deixo, hoje.Os dois primeiros não entraram...

    ResponderEliminar
  12. Jorge, obrigada pela ajuda... sempre muito apreciada. Vamos ver se me defendo, pois de tanto repetis vou perdendo o fio à meada.
    Estás melhor?...eheheheh
    Um abraço anarco-recalcitrante

    ResponderEliminar
  13. Que grande e nobre Democracia!

    ResponderEliminar
  14. E não éh que tive que voltar aqui de novo.
    è que reparei que não assinei a deixa do anónimo.
    Mas aproveito para info que o CHARRUA ficou no TRACTOR com o DITO BOCA do FALSO CANUDO de um TAL ENG. que se diz ou não diz que é ENG.
    O RAIO que o PARTA , Falta de VERGONHA.
    touaqui42

    ResponderEliminar
  15. Quando as coisas chegam há televisão já andam no campo há muito tempo. Tenho eu meu poder um documento, de qual dei cópia ao meu sindicato, onde a propósito dum pedido de contagem de tempo de serviço a Caixa Geral de Aposentações me oficia textualmente isto:
    "Informe-se o interessado que caso queira ver contados os 5 dias de greve deve remeter, a esta Caixa, pedido nesse sentido, bem como a remuneração que lhe competia naquela data"
    Chefe do Serviço - José Veríssimo.
    Perante esta afronta só tenho uma arma: a GREVE
    DIA 30 ESTAMOS LÁ

    ResponderEliminar
  16. desculpem-me o h de à televisão
    mas estavam pensando que havia televisão!

    ResponderEliminar