terça-feira, 13 de maio de 2008

Impor democraticamente

Este governo que nos calhou em triste sorte – como aliás todos os governos, na óptica anarquista – continua a tentar impor pela via supostamente democrática directivas e orientações que as pessoas, os sindicatos, não querem. Diga-se, de passagem, que “impor democraticamente” é um novo conceito, retirado da não-ideologia destes pêésses que nos governam.

Conforme podem ver nesta notícia que publiquei no meu site Contracorrente, os sindicatos e o governo não chegaram a acordo sobre a proposta de contrato de trabalho em funções públicas. A explicação é dada pelo próprio governante responsável por estas negociações, que afirma: “não se trata de cedências, trata-se de ouvir os sindicatos e perceber se essas propostas se adequam ao espírito da reforma que é adaptar o novo contrato de trabalho ao Código de Trabalho”.

Espectacular. O governo parte para as negociações com os sindicatos com uma meta predefinida, que espera vir a ser aceite natural e cordatamente pelos sindicatos. Nesse caso, para quê negociar? Para dar um ar de democracia? Naturalmente que os sindicatos não estão dispostos a aceitar esta postura ditatorial por parte do governo. Mais uma vez, o Estado pretende impor relações laborais com os seus próprios trabalhadores do mesmo tipo das empresas privadas. Estado-Empresa, eis a nova cara do poder nacional-socialista do Sócrates.

12 comentários:

  1. Fiquei com uma dúvida. Explica-me , anarquista convicto,as pala vras impor e democraticamente são compatíveis? Esta democracia existe? Estou perplexa.

    bjo

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  2. Jorge,
    Vais-me desculpar mas isto de impôr à força, não era uma coisa do Raul Solnado? Queiras ou não, és bombeiro voluntário. Já estou a ficar como que anestesiada. Já não consigo levar nada a sério (tem dias)!!!
    Um abraço anarca

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  3. Está lá o "supostamente"

    O Código de Trabalho está ferido de morte.

    Quando se entra para uma nogocia
    ção, seja ela de que índole for, se uma das partes já leva metas tipo "não vou ceder nem um milímetro" essa mesma negiciação terá de ser uma farsa, ou então a outra parte sai, pois como tal não se negoceia sobre coação nem pressão.

    Abraço

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  4. Uma autêntica fantochada!
    É claro que as minhas expectativas relativamente às negociações eram à partida nulas, conhecendo os devidos condicionalismos e os "meninos" do poder que se sentam à mesa.
    Para mim, sinceramente, isto já não vai lá com negociações, ainda por cima viciadas à partida.
    Isto requer acção!
    Saudações do Marreta

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  5. A democracia destes senhores só é comparável ao amor que a santa madre igreja apregoa. E aquela velha máxima democrática que a seguir às eleições se devem tomar medidas anti-populares e perto das eleições se deve alargar a bolsa? Para mim esse é o cúmulo da nossa/deles democracia!
    Quanto às negociações com os sindicatos o coerente e novo ideologo Vital Moreira disse tudo esta semana!
    Reparem onde chega o descaramento, no fim, eles até concordam com a importância e a necessidade dos sindicatos! Estamos entregues à bicharada!
    Um abraço anarquista

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  6. Jorge!
    Querem que os trabalhadores referendem o seu próprio açoite! é a volta da escravidão...
    Abraços!

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  7. Democracia devia ser uma palavra que não devia sair da boca daquele senhor, porque pelos vistos não sabe o seu significado. Haja quem lhe dê um dicionário, de preferência lá bem na moleirinha, pode ser que com a pancada ele acabe por se lembrar do significado.
    Abraço do Zé

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  8. Isto não é um governo, mas sim um DESGOVERNO que maltrata e até parece detestar os portugueses tal a impiedade da sua sanha!!! No fim da reunião o tal bacharel Pinto de Sousa, Presidente do Conselho de Ministros deste País cada vez mais miserável e mais mal habitado, terá fumado algum cigarro ou charuto, como fez à revelia da lei que mandou a ASAE aplicar aos outros?! Boa semana.

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  9. Tudo na mesma, meu caro Jorge!
    Um abraço amigo,
    E um bom fim de semana!

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  10. Salva-se quem puder?!
    A "democracia" é sempre limpa, rica e branca!
    O que se impõe na verdade é obediência...

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  11. a este empalava-o ao jeito do vlad

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  12. Caro sagher,
    Gostei. Um bocado cruel, mas bem merecido para quem anda a tramar a vida, a subsistência, das pessoas.

    Um abraço anarquista

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