quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Ainda na cauda da Europa

Como anarquista, estou permanentemente em estado de alerta face às mais recônditas e obscuras manobras do poder, o que significa que, por um lado, nem sempre me surge a ocasião para publicar aqui n'O Anarquista com a periodicidade que bem gostaria de ter, e, por outro lado, os factos surgem agora tão em catadupa que não dá para esperar o momento ideal para atacar. No fundo, o anarquista é aquela fera que tem que aguardar o momento ideal para atacar a sua presa: o Estado e o governo.

Com o desencadear da actual crise financeira internacional, os poderes em Portugal têm agido com demasiada lentidão. O Sócrates, o Teixeira dos Santos, todos os detentores de cargos públicos, têm andado a passo de caracol para reagir a esta nova tempestade, que vem finalmente trazer a lume todas as fraquezas do neoliberalismo e do capitalismo, para as quais já o próprio Karl Marx – imagine-se! - tinha alertado. Basta ter o tempo e a vontade de pegar nas suas obras mais significativas...

Finalmente, só ontem foram aprovados pela maioria socialista na Assembleia da República, com a oposição de todos os outros partidos, a proposta de nacionalização do Banco Português de Negócios e o regime jurídico das nacionalizações! (Sugiro a leitura desta notícia que publiquei no Contracorrente, para conhecer mais pormenores sobre estes factos). Como se a palavra “nacionalização” fizesse recordar o PREC e o regime comunista-estalinista que se viveram no século passado como autênticos pesadelos. Ora, os factos impõem-se agora com dureza face ao nosso Estado e governo neoliberais: tornou-se agora imperioso nacionalizar bancos, para que o sistema financeiro não se afunde. Outros governos neoliberais já o fizeram nos seus próprios países e, mais uma vez, Portugal continua na cauda da Europa.

6 comentários:

  1. Portugal continua e continuará na cauda da Europa enquanto estas "nacionalizações" sirvam, tal como outros dinheiros, para proteger os prevaricadores.

    Abraço

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  2. Por aqui nas terras tupiniquins as coisas não vão muito diferentes... com essa acalmada da crise por aqui os nossos parlamentares resolverão aumentar em 23% seus salários que já são bastante fartos!!
    É, com isso se vê como o Estado é Democratico!!

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  3. É com grande prazer que passo por aqui, depois duma pausa de algum tempo por motivo de doença dum ente querido. Venho ver e apreciar este excelente blogue, uma página de grande qualidade, que visito com grande prazer. E na realidade contunuamos na cauda da Europa e do mundo civilizado em quase todas as coisas e em quase todos os itens! Uma desgraça! Boa semana com tudo de bom.

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  4. Caro Anarquista:
    mais grave ainda e com consequências nefastas no negro futuro que se nos apresenta, foi a aprovação - esperada- do novo Código do Trabalho pela ditadura da maioria.
    São desgraças atrás de desgraças e o Povinho teima em não abrir a pestana. Até quando?
    Saudações do Marreta.

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  5. Bem...aqui no Brasil coisa semelhante acontece: O governo ñ estatiza os bancos (empresta dinheiro para que os mesmos não quebrem). E o brasileiro,que já paga uma das cargas tributárias mais altas do mundo,fica cada vez mais na merda (sem nem mesmo se preocupar com o q acontece...aqui é tudo assim!)

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  6. Camarada e amigo

    E o Cavaco ainda não assinou a nacionalização. Mas há mais, o BCP e o Bnif, vão a seguir, a não ser que a coisa seja tão camuflada que nem sequer lhe damos conta.

    Abraço

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